... do erário público?
Já não era sem tempo. Tardou, mas o Governo decidiu-se pela depuração das centenas de fundações que pululam por aí!
Por decência moral, não é justo que ora venhamos diabolizar todos esses organismos. Há é que saber fazer a destrinça entre o que é genuíno, gerado pela filantropia ou mecenato, e aquilo que foi gerado para, contornando a Lei, funcionar como offshores internos, sugando do Estado, dos nossos impostos, para sustento e fazenda de alguns espertalhões.
Uma Fundação digna desse nome sustenta-se a si própria. Gera os proventos requeridos pela sua acção junto da Comunidade que pretende servir, ainda que cobre do Estado serviços pontuais que, no seu âmbito, lhe preste.
A título de exemplo, nunca me esqueci que, mais do que na Escola, despertei para a leitura graças às bibliotecas itinerantes que uma dessas fundações colocavam à disposição de todos, por esse País fora, de forma gratuita e sem distinção de idades, credos ou ideologias.
Fundações criadas por um Estado, já por si só dotado dos organismos de serviço público, não têm razão para existir; fundações geradas por entidades privadas em busca de imagem e proventos fáceis; fundações com a exclusiva finalidade de difundir determinada ideologia; fundações "da treta" criadas para contornar a bigorna do Fisco, que existam, mas por conta própria e sem qualquer isenção das obrigações impostas aos demais contribuintes, individuais ou empresariais.
Que a depuradora funcione, com justiça, mas sem hesitações! É do que todos ficamos à espera!
Vai sendo a hora, e o momento, de acabar com o xico-espertismo nacional, que não falte a coragem, que o apoio, nesta luta, está garantido!