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terça-feira, 30 de junho de 2020

MEXILHÕES FRITOS

Medina critica autoridades de saúde por causa de Lisboa: “com más chefias e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra”

Expresso AQUI

Não acredito que Medina tenha desferido tal ataque, sem o aval do seu patrono político!O sinal foi dado. Os mexilhões, que há que reconhecer, neste caso, serem de fraca qualidade, é que se tramam, para que as culpas não sejam inculcadas no que é sempre o responsável por estar no topo da pirâmide governamental E ele que escolheu as suas tropas e as manteve, aprovou e apoiou o seu desempenho, ao longo da pandemia.Mais uma vez, com a habilidade que lhe é reconhecida, pelo menos aos olhos dos estultos que ainda embarcam em patranhas e jogadas políticas, António Costa vai sair incólume da sua falta de estofo para estar ao leme dos destinos do País! Quanto ao Presidente da Câmara de Lisboa, ora o porta-voz do desencanto das chefias, apetece-me perguntar quem promoveu ou autorizou os concertos de milhares no Campo Pequeno e e não sei se outras farras na sua cidade, como 1 de Maio e outras!Já agora, espero que os ataques de Rui Rio à DGS não tenham surgido na onda do mesmo pacote de intenções de Medina e que não tenha passado de mera coincidência!

PRÉMIO NOBEL


segunda-feira, 29 de junho de 2020

S. PEDRO CONFINADO

Ó São Pedro comilão
O Baco guardou-te as vinhas
Só Posídon é que não
Soube guardar-te as sardinhas!


A imagem pode conter: comida


sábado, 27 de junho de 2020

ÍCAROS E ÁCAROS

Eu compreendo que a manifestação do Chega, marcada para hoje, não seja consentânea com a situação que se vive na zona de Lisboa. É mais um acto inconveniente a juntar a todos os que a Esquerda tem promovido desde a Emergência, passando pela Calamidade e acabando no Alerta.
Ainda assim, não deixo de entender que há que contrariar o aproveitamento miserável e oportunista que forças políticas de Esquerda e outros grupelhos parasitários têm feito do período em que os sectores que não navegam nas águas vermelhas têm respeitado as normas de segurança, por força do Covid.É tudo deles, fazem o que querem, que tudo lhes tem sido permitido por responsáveis que, desde Março, têm dado os maus exemplos de que se deviam envergonhar.
Ainda assim, o Chega faria melhor conter-se e deixá-los pousar, que, os "outros", de tanto baterem as asas raivosas, acabarão por seguir o exemplo do Ícaro!



















sexta-feira, 26 de junho de 2020

O PAÍS DOS TOMÁS

Em 29 de Maio, é prolongado por mais 15 dias, o estado de Calamidade. Poucos dias depois, o mesmo governante que o anunciou com recomendações de distanciamento social, é figura destacada no Concerto de Bruno Nogueira, no Campo Pequeno. No seguinte,no mesmo espaço e no meio dos mesmos dois milhares de espectadores do primeiro Concerto, a figura de proa, foi o maior Magistrado da Nação, que havia corroborado nas recomendações implícitas no estado de Calamidade.
Já antes, enquanto os responsáveis pelo Santuário de Fátima, numa atitude responsável, haviam cancelado as cerimónias do 13 de Maio nos moldes de sempre, os máximos responsáveis deste País haviam celebrado o aniversário do 25-A e não obstaculizado a farra do 1 de Maio, na Alameda, onde acorreram milhares transportados em autocarros.
Entretanto, mesmo sem poder de adivinhação que lhes permitisse saber do estado pandémico do próximo Setembro, apressaram-se a autorizar a Festa do Avante, em termos que mais me sugeriram uma promoção daquela farra política .
Sem sabermos se por causa daquelas e outras festividades na zona de Lisboa e Vale do Tejo ou porque o vírus não se compadece com boas intenções e propaganda política, o Covid-19 passou a infectar regiões da zona metropolitana de Lisboa, e de forma galopante.
O poder assusta-se e repete a dose. Desta feita, as recomendações são condimentadas com medidas repressivas, restringindo liberdades a que haviam aberto o semáforo verde e aplicando coimas aos infractores dos ajuntamentos com mais de 5 pessoas, nas chamadas zonas de contingência.
E, sem colocar em causa a necessidade premente dessas medidas e do redobrar de cuidados por parte dos cidadãos, apenas fico para aqui a meditar, num diálogo surdo com os meus botões, que moral, que força persuasiva, terão os que ora proclamam da necessidade da implantação dessas medidas restritivas. Mais me preocupo, a terem-na, como não lhes doerá a consciência, por poderem ser protagonistas factuais do aforismo: BEM PREGA FREI TOMÁS, OLHA PARA O QUE ELE DIZ E NÃO PARA O QUE ELE FAZ. Mesmo que no caso vertente, tenhamos mais que um só Tomás! E, nenhum deles tem a idade juvenil do meu neto!
Bruno Nogueira pôs o Campo Pequeno a cantar ″Mãe Querida″ - DN

quinta-feira, 25 de junho de 2020

ASFIXIA

ASFIXIA E SUBMISSÃO
Vou  recuar aos anos da juventude, da submissão, quase comum a todo um Povo, aos desígnios e Propaganda do Estado Novo. Devem recordar-se os que viveram esses tempos, como a força da doutrinação vigente agregou a esmagadora maioria dos cidadãos. Era uma União Nacional vincada nos espíritos, a que a Igreja dava a sua parte de sustentáculo. É mesmo lícito que digamos que ser do contra, Então, era mais do que um acto de coragem ou de raros casos de mentes indomáveis.
Quem ousasse desafiar, por actos ou simples palavras, o regime, de que, uma esmagadora maioria do povo comungava, era ostracizado e até olhado de soslaio e desprezo, pela Sociedade local.
Hoje, o que temos? Uma Esquerda que se diz socialista que usa os mesmos métodos de propaganda, ainda que alardeando e servindo-se de outros valores, importados duma Europa em desnorte e alguma (demasiada) alienação. Uma Esquerda que compra Almas e torpedeia as mentes com falsos chavões e miríades de falsas promessas, ao mesmo tempo que vai sendo intolerante e agressiva com todos os que não comungarem do seu catecismo vermelho. Uma esquerda socialista que, sob a bandeira da democracia, arrebanha clientelas familiares para os seus desígnios de gulodice moral e material. Uma Esquerda socialista e umbiguista, que se comporta como o único farol, mas que leva o Barco dum país para um naufrágio inevitável, enquanto os seguidores, inebriados por promessas e maravilhas que lhes vendem ao desbarato, lhe vão cantando hossanas e fazendo o trabalho sujo dos idiotas úteis.
Pesando ambas as realidades, a de outrora e a actual, se os métodos e objectivos totalitários possam ser comuns, sinto que se no tempo da "Outra Senhora", com todos os seus defeitos, se celebrava a Pátria e a Nação que somos todos nós e tinham por estandarte os valores inerentes a uma Sociedade de Paz, sem temores do Futuro, que primava pela segurança e estabilidade, Hoje, meus caros, quase nos negam o direito de sermos portugueses, e, enquanto acenam pela Democracia, vão cimentando uma cultura de ódios e intolerância, inculcando nos espíritos mais fracos, que, quem não for de Esquerda, é perigoso extremista da Direita, sem direito a livre escolha e manifesto da sua opinião. A Comunicação Social, vai sendo, na esmagadora maioria, capturada pelo poder. Só vamos sabendo o que convém aos controleiros dos espaços mediáticos e a intoxicação está numa fase tão ridícula como intolerável.
Estarão os meus amigos a pensar que estou a ser tremendista e a especular. Poderá parecer. É que os passos e os avanços desta Política socialista, de intoxicação e controle das "massas" e das mentes, não são mais do que aquelas doenças silenciosas, que nos vão minando o corpo lentamente e que só nos damos conta delas, quando já não houver retorno ou cura possível.
Como veremos!

terça-feira, 23 de junho de 2020

RECADÃO


SÃO JOÃO RIMADOR

Pensavam que me esquecia
não pensem dessa maneira
que hoje é o vosso dia
de saltarem a fogueira
Cuidado com os folguedos
que haja moderação
guardem os vossos segredos
do malandro S.João.
E mais logo à noitinha
bebam água da cascata
não abusem da cervejinha
que vá pró raio que a parta!
S. João a noite é tua
como é tua a fresca fonte
onde se espelha a lua
e o bailarico defronte
Dá às donzelas um dote
que não saltem na fogueira
arranja-lhes um rapazote
que as ame a vida inteira
E aos rapazes da conquista
que te andem na cascata
deixa-os lavar a vista
que vista bela não mata
Vou terminar S.João.
e não te dou mais trabalho
que já te ouço o refrão
- Vai-te........... embora ó paspalho!
(Zinho Pemba)A imagem pode conter: plantaA imagem pode conter: plantaA imagem pode conter: planta e natureza

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O MILAGRE

A GNR, e bem, está a investigar os fautores daquele evento de Lagos, que terá sido um foco de infecção.
Só estranho que igual procedimento não tenha tido perseguido, por aquela ou outra entidade, quando, em pleno estado de Emergência e Calamidade, na capital deste país, onde ora são detectados mais casos, alguém promoveu Concertos com dois mil assistentes, quando se faziam celebrações, comícios e Manifestações políticas com milhares, pelas Avenidas e Alamedas da cidade!
É que inculcar o ónus apenas nos operários da "construção civil", que não teriam sido os únicos a participarem naqueles eventos, mais do que redutor, é uma autêntica falácia, sobretudo depois de sabermos que o contágio está, mais uma vez, a entrar nos Lares de Idosos espalhados pelo País!
Todos somos, como alguém disse, e é ponto em que concordo, "agentes de saúde pública", só que, focando-me nas ocorrências acima mencionadas, há uns mais agentes do que outros e de que o que se proibia a uns, era permitido a outros, mesmo aos que mandaram às malvas a máxima de que "o exemplo vem de cima", escudando-se num "milagre" que, afinal, e ao que, tristemente, vamos assistindo, não foi mais de uma visão febril dum oásis num deserto que só tem areia. E muita, em toda esta "engrenagem"!

quinta-feira, 18 de junho de 2020

O PRÉMIO


  Imagino o quanto a esmagadora maioria dos profissionais de Saúde vão apreciar terem como prémio pelo seu esforço extra nestes meses da pandemia, a vinda da final da Champions para Portugal!
 O que acredito eles poderiam considerar como prémio seria verem o seu trabalho reconhecido em termos de condições de trabalho, meios de protecção atempados, horários compatíveis com a resistência humana.
 No caso particular dos Enfermeiros, como, hoje, reivindicaram nas escadarias da Assembleia da República, o prémio seria serem pagos na justa medida do serviço que prestam e que profissionais com vinte e mais anos de serviço continuem a ter por salário o mesmo que um colega recém contratado, sendo que até estes não sejam remunerados no justo valor  do seu trabalho.
 Tudo o resto, muitos dos profissionais de saúde que o ouviram, não deixarão de pensar que esta referência a um prémio não passou de mera demagogia, que os não motiva nem lhes merece agradecimento!

sábado, 13 de junho de 2020

VOUZELA LIMPA FLORESTA

Quando e o exemplo vem de "baixo"!

O MAGANO ENGRAVATADO


FEIOS, PORCOS E MAUS

Igualmente condenável, mas previsível. "Quem semeia ventos, colhe tempestades". Eu avisei que as manifs anti-racistas pela forma como decorreram, a que se seguiu o vandalismo em estátuas e monumentos ofensivos, ao invés de combaterem o racismo, o despoletavam e alimentavam.
Sabemos quem começou, como começou. Pelas reacções, preocupo-me, que não sei como vai acabar.E temo uma espiral de intolerância!
Todos os vandalismos são condenáveis, como condenáveis são os responsáveis políticos que, por acção ou omissão, vão gerando ou permitindo que em Portugal se chegasse a uma situação como a que está latente.
E, não deixo de observar a forma como algumas das tvs dos milhões noticiaram estas últimas inscrições. Ouvir "vandalizados edifícios públicos com inscrições racistas e xenófobas, que se seguiram a manifestações anti-racistas". deixa-me perceber que a CS entende discrimina os actos de vandalismo: uns foram bons, outros são maus!
Por mim, direi que, tanto uns actos de vandalismo como os outros, foram de autoria de iguais "Feios, Porcos e Maus"!

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A HISTÓRIA DUMA NAÇÃO

É urgente explicar a muitos jovens que vêm sendo formatados por programas escolares de duvidoso rigor e isenção democrática,  e que são campo fértil para exploração por eventuais grupelhos políticos de alienada ideologia, como é urgente explicar a todos os que nos demandam, que acolhemos e que desrespeitam os valores da nossa Sociedade, que:
        O conhecimento do Passado nos ajuda a compreender o Presente e a preparar o Futuro!

E que, melhor do que vandalizar ou escarnecer das marcas do Passado duma Nação, há que saber interpretar e compreender,  os diversos Ciclos e contextos da vida do Homem e das diversas  Civilizações.
Dar-lhes por exemplo, o testemunho de quanto estamos gratos pelos conhecimentos, ensinamentos técnicos que outros povos, como Romanos, Gregos, Celtas, Fenícios e tantos outros, partilharam com os ancestrais deste território que é Portugal. E, dizer-lhes, no empenho que temos em preservar, por exemplo, as Pontes e vias romanas de há tantos séculos e outros monumentos por cá erigidos por Gentes que nos demandaram.
Por fim, que o governo a quem os portugueses confiaram a sua segurança e lhe mandataram a sua vontade e sentir, cumpre a função que o sustenta. Que exerça a sua autoridade, para que a Justiça deixe de ser feito segundo os padrões do Direito e se exerça na rua!




segunda-feira, 8 de junho de 2020

RACISMO

Racismo, venha donde vier, é algo abominável. Só há uma Raça Humana, tenha ela a côr ou origem que tiver.  Em Portugal, onde todos são sujeitos dos mesmos deveres e obrigações por Lei, não há racismo estrutural.
Poderá, sim, subsistir no sentir de algumas pessoas, independentemente das etnias.

 O que eu pergunto é se forma como as Manifestações se desenrolam e as palavras de ordem que se ouvem e lêem, combatem o racismo ou o despoletam onde ele não existia e o alimentam mais onde já era latente?!
Fica a pergunta e a preocupação!

quarta-feira, 3 de junho de 2020

OLÊ, COERÊNCIA!


O BARBEIRO

Naquela época, a aldeia beirã onde nasci e onde, aos 13 anos, passava as férias escolares, em casa dos meus avós paternos, era um amontoado de casas de granito, envelhecidas e humildes, onde pontuavam três ou quatro solares e outras tantas casas de quinta, tudo rodeado de campos verdes, bem tratados e produtivos, onde a maioria dos habitantes mourejavam de sol a sol, para colherem da terra os frutos que eram o único sustento de pão e vestimenta de famílias, quase sempre, numerosas. Terminada que fora a época áurea do estanho e do volfrâmio, inexistentes que eram outras indústrias, que não fosse a padaria da terra, onde muitos compravam pão, em troca de farinha do seu suor, que as moedas escasseavam, era a terra e algum gado que nela apascentavam, os escassos meios de sobrevivência.
O destino de muitos jovens e menos jovens, sentindo que a agricultura já lhes não garantia futuro, foram tentando e abrindo horizontes que, para os mais afoitos, se desenhavam para lá das fronteiras e para os outros, a venda dos braços aos campos da orla do Tejo.
A Igreja, e a sua Cripta com televisão, a Estação dos Vouguinhas, a loja "vende-tudo", que era, também, a dos Correios, para lá do velho edifício, onde os legionários se exercitavam aos Domingos, eram os pólos de convívio, onde se discutiam os títulos do "Primeiro de Janeiro", onde se falava do tempo, do preço da carne e do peixe, de mais um nascimento ou inesperada partida. E, onde, se selava o negócio duma junta de vacas lavradoras com um simples aperto de mão como sinal e a palavra de honra como adiantamento....
Chegado de Lisboa, acabara de desembarcar do comboio-correio um filho da terra a quem, pela capital, o fado aziago havia pregado uma cruel partida, ao decepar-lhe uma das pernas, ao nível do joelho. Homem de meia idade, já algo desenraizado da aldeia onde dera os primeiros passos, se era olhado por alguns com compaixão, outros encaravam-no com desconfiança, por lhe notarem um laconismo pouco habitual naquelas gentes com o coração junto à boca e palradores por natureza. Muitos diziam mesmo que o António falava pouco e, quando abria a boca, ninguém lhe entendia o que, em tom pejorativo, diziam ser "filosofia".
Com alguns tostões que amealhara, alugou uma pequena e velha casa, para alojar a família que, entretanto, havia constituído e de cujo elenco fazia já parte um rapazinho de meses. E, para espanto de quem lhe nunca conhecera tal arte, começou a cortar barbas e cabelos, na dependência única da sua moradia.
Foi, então, que os murmúrios que já perpassavam pelos ouvidos mais curiosos e metediços, formaram onda sonora e passaram a notícia adquirida: o António Barbeiro era comunista! Que ninguém o via na Igreja e que as conversas que desenvolvia com os que lhe confiavam o desbaste dos cabelos, eram a de um perigoso comunista, que regressara à terra para espalhar essa peste ou, até, preparar algum atentado contra a Igreja ou contra o quartel da Legião.
Por hábito, o meu corte de cabelo era feito na cidade onde, então, estudava e passava o tempo escolar. Mas estava de férias e os cabelos demasiado compridos, não eram bem aceites na comunidade, nem bem vistos pelos meus saudosos avós. E fui à casa do Senhor António. Educado, arrastando a muleta pelo chão de madeira, por baixo do qual dormiam os galináceos, que ele dizia serem para a canjinha do pimpolho, chegou um tosco banquinho de madeira para junto da única janela, o único canto da casa que permitia alguma luz do dia. E, depois de meter mãos à obra, à minha jovem e forte grenha ruça, que já levara a minha avó a chamar-me de alemão - desconhecendo, até hoje, se ela, alguma vez vira algum -, com voz pausada, discorrendo ao agitar das tesouras, lá foi o homem, num misto de doloroso queixume e de relato de factos, asseverando-me que a vida das pessoas podia e devia ser outra, que havia tido alguma esperança na candidatura de Humberto Delgado, uns anos antes. Que, até, os meus pais poderiam ter evitado ir para África, se houvesse desenvolvimento, se o país se industrializasse e, já quase no final do trabalho, que lhe não era fácil pela deficiência física, incentivou-me a estudar. Tudo, pausadamente, sem mudanças de humor ou ameaças revolucionárias, muito menos, alusão a qualquer organização política.
Tive, após sair da casa do António, a convicção de que, por detrás de toda aquela humildade e, há que reconhecê-lo, muita carência material, estava um homem cujo espírito as circunstâncias da vida haviam, de algum modo, cultivado e aberto horizontes de pensamento.
Não poucas vezes, a partir daquele corte de cabelo, sempre que o António Barbeiro era invectivado e acusado de "comunista", por uns, ou "revolucionário" por outros, havendo mesmo quem entendesse que o homem devia ser banido da aldeia, quase chegava a vias de facto, com os seus mais mordazes delatores. E, não servia de grande coisa, o esforço que fazia ao tentar explicar que ele apenas dizia o que lhe ia na alma e achava por bem para si e para os demais e que não fazia parte de organização nenhuma. Que bem bastava o seu infortúnio, por ser deficiente.
O meu afastamento, mais tarde, por longos espaços da aldeia, nem em vida ou depois de se finar, nunca me permitiu saber se o António Barbeiro tinha alguma filiação partidária, também nunca o questionei e só o evoquei como "motor de arranque" para a viagem, essa, sim, mais actual que ora vou empreender e que acabo de rodar numa outra plataforma.
Nos tempos da "Outra Senhora", todo aquele que ousasse ter opinião isenta, pugnasse pela Verdade e criticasse algum aspecto da situação política então vivida, era, de imediato, apodado de um de dois cognomes: na boca dos "amigos" era um "revolucionário"; na boca dos "desconhecidos", não passava dum "perigoso comunista".
Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Hoje, todo aquele que ousar, socorrer-se do seu Pensamento livre, procurando opinar com isenção, criticando situações criadas pela auto proclamada Esquerda, tem um de dois mimos garantidos: na boca de desconhecidos, é um "fascista"; na boca de "amigos", não passa dum "laranjinha"......
Sempre ouvi que os extremos se tocam. Como já diziam os cartazes que o Cherne Barroso e seus amigos colavam pelas paredes "nem fascismo, nem social-fascismo".Hoje, sou levado a crer, e a surpreender-me, de como tão iguais são, os, então, adoradores da "outra Senhora" e os apóstolos vermelhos da Esquerda saída da toca, e na Ribalta, graças ao 25 de Abril.
Por mim, como já cantou o António Gedeão, não gosto que me cortem a raiz do pensamento, me tentem modelar a opinião, ou que tentem impingir que só um sector ideológico é dono da Verdade e da Razão. Não gosto que me "controlem" e já estou velho de mais para ser doutrinado. Prefiro passar para o lado etéreo convencido de que me esforcei por ser, intelectualmente, justo, do que carregar na mente o estilete de vender a alma por um punhado de ideias feitas, mesmo que seja a moda do momento e recolha os aplausos pelo "politicamente correcto"!...
Mais, ainda: quem não gostar do estilo, do corte, dos fatos com que tento preencher a minha montra, que nem se dê ao trabalho de procurar o preço. Simplesmente, não compre. E, já agora, se vá embora sem partir a montra!
Descansa em Paz, amigo António!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

A GRANDE FARRA

Sem ter a ver com este caso, é de supor que os 30 milhões para eventos "culturais" que o Governo acaba de distribuir pelas Câmaras do País, sejam para haja FESTA continua até às próximas Eleições Autárquicas!A imagem pode conter: 1 pessoa, texto