É evidente que sabe. A pressa não é só dos lellos, dos pereiras e dos outros socretinos. É também sua, dos seus apaniguados de sempre, dos mais serôdios e de alguns dos amigos do Zé reconvertidos.
São os sinais, são os aromas a queijo fresco, a convidá-los a um novo assalto à despensa.
As sucessivas injeções "troikanas", as baixas de juros regulares, o quinhão das privatizações com relativo controle do défice, uma ida aos Mercados bem sucedida, todos esses condimentos salpicados pelos sacrifícios de quem trabalha, de quem trabalhou e de quem espera, desesperadamente fazê-lo, tudo isso aliado à ilusão efémera das sondagens, não podiam deixar uns e outros indiferentes e sem o salivar do palato!...
E, ei-los, aí estão, de dentes afiados, em luta pelo melhor lugar à mesa, já com novo naco de queijo no horizonte.
Portugal, que espere. Os portugueses, que continuem à míngua. Porque eles, os de sempre, já não podem esperar. O apetite é atroz e aquela gente é de espécime voraz!