Aqui mesmo, NESTE TEXTO, discordei das declarações do Ministro Rui Machete, na Índia, onde afirmou que um 2º Resgate, então tão ameaçadoramente aventado por toda a Oposição e outros ilustres comentadores da nossa Praça televisiva, só se justificaria se os Juros não baixassem para uma média de 4,5 %. Não o fiz tanto por colocar em causa esta sua proclamada premissa, mais pela falta de oportunidade das suas palavras, tanto mais que seria ao Ministro das Finanças ou ao Chefe do Executivo, a quem competia uma posição sobre a matéria, que não ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, tanto mais que, como se veio, de imediato, a verificar, não estava para tal mandatado.
Perante a situação actual, em que os Juros balançam dentro dos limites por si augurados, quase me sinto com ganas de lhe pedir desculpa, ainda que mantenha o princípio do meu texto, que me levou a pedir-lhe para não tocar rabecão, que o homem é mais mestre de violino, no elenco governativo.
Desculpas sérias, mesmo sem vergastadas vingativas, merecem os do costume, as oposições, sempre, como os paparazzi, à espreita duma escorregadela. Desde os que, perante as câmaras televisivas, puseram em causa o juízo do homem, passando pelos que o enxamearam de epítetos ofensivos e acabando nos que, por castigo da incontinência verbal, exigiram, raivosamente, a sua demissão. Para lá de comentadores arregimentados e outros residentes nos vários canais televisivos, alguns diários e semanários, que se apressaram em fazer eco da voz do dono e seguir a Moda que vai vingando no nosso espectro comunicativo.
É que, mais do que este "excesso de transparência" do homem dos nossos negócios externos, fazem mossa de maior monta, no rumo que estamos seguindo e cuja marcha seria perigoso ora invertermos, a falta de empenho e consensos, as atoardas que, pelo Estrangeiro, nos pintam de quadro negro e amesquinham a imagem do País, os que, em suma, me dão a estranha sensação, que, espero, não passe disso, de tudo terem feito e desejarem mesmo um 2º Resgate!
É sintomático e estranho, ou talvez não, é constatar que, muitos dos 70 subscritores do Manifesto que defenda a Reestruturação da Dívida, de cuja essência e objectividade me não pronuncio, para já, por desconhecer pormenores, ainda que desconfie da oportunidade em mexer no caldo, sejam "personalidades" que tomaram a dianteira na crítica a Machete, quando das suas declarações na Índia. Que outras só aparecem quando da Cozinha do poder, vem um aroma a "carniça"......