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Aquele meu post, simplista e a tratar o tema "Natalidade" pela rama, mais não foi do que trazer a "notícia", acabada de ouvir, duma forma que procurou ser humorada e tocar, ao de leve, nos pontos essenciais. E, pelo que dizes, no teu comentário, nem há diferença substancial na forma como ambos encaramos o problema.
Mas, já agora, que me induziste a mexer, de novo, neste berço, partindo da premissa que sempre defendi e defendo que o Estado não deve ser o Patrão, o Paizinho da Sociedade, e que a ele apenas devem ser cometidas as missões de Segurança, Justiça, Saúde e Educação, entendo que este antigo e preocupante problema da falta de renovação geracional a que a fraca natalidade, de há muito, tem dado aso, deve ter um tratamento de choque.
Que se não resolverá pelas medidas ora anunciadas e a que eu me apressei a aplaudir, mas que valem, e podem valer alguma coisa, ao congregarem em si um sinal de empenho e de despertar da sociedade para este problema cadente. Nada mais do que isso!
E, que ninguém pense (por mim, não penso) que é tão só pela pujança económica dum país, com mais ou menos apoios estatais, que a natalidade retoma níveis satisfatórios na nossa Sociedade!
A ser assim, como explicaríamos que os países mais débeis de África, da Ásia e da América Latina, sejam os de índices mais acentuados?!. Como se explicaria que os nulos ou limitados apoios dos denominados tempos "da outra Senhora", coincidissem com níveis de natalidade mais que sustentáveis?
Não é por aí, ou só por aí, que se resolverá este dilema. Gira tudo, de facto, em torno da evolução social, para o bem e para o mal, das novas mentalidades, interesses, comportamentos, que foram emergindo, naturalmente ou importados de outras sociedades.
E, fazendo uma nota prévia de que não vou diabolizar nem endeusar quaisquer dos fenómenos, que muitos foram os que contribuíram para a queda da natalidade em Portugal - e não só! -, vou aflorar, de forma sucinta, alguns deles:
Portugal, nos anos sessenta e de forma galopante nas décadas que se seguiram, divorciou-se da Agricultura, das milhares de famílias que viviam no e do campo; as migrações internas, dos espaços rurais para os centros urbanos foram uma constante, abandonando-se aquela ideia - peregrina ou não -, de que as famílias precisavam de filhos, de braços para as coadjuvarem nas tarefas agrícolas e de de que, onde se criavam dois ou três, se criava mais um ou dois; a vida urbana não era - e não é - de molde a suportar grandes proles, ao que se juntou a natural emancipação da Mulher, que deixou de ser a "Fada do Lar", para trabalhar fora de casa; os casamentos "à experiência", ou com prazo de validade estipulada; a banalização das "camisinhas" e o incremento dos contraceptivos; a onda, a "moda" inculcada pelos Media de que a Liberdade tem implícito o egoísta "gozar"a vida à tripa forra e que os filhos só atrapalham....a que se juntam outros factores, maiores ou menores, foram os perigosos alicerces desta árvore demográfica prestes a tombar! Somos um País de Velhos, como eu, que, ainda assim, dei cinco valiosos contributos para que o País se rejuvenescesse!
Vouguinha