Aqui chegados, um ano depois, é o momento para recordarmos os programas de governo e as promessas eleitorais.
Aqui chegados, um ano depois, é hora de nos interrogarmos, se as
cautelas e os pés na terra que a Direita projectou, em confronto com o
El Dourado prometido pela Esquerda, não está a ser o que a primeira
previa como necessária.
Aqui chegados, um ano depois, a sensação que
temos é que, governando quem ganhou as eleições, ou os que tomaram o
poder, mercê duma geringonça, em termos de medidas duras, austeras, não
estaríamos num patamar muito diferente.
Aqui chegados, um ano
depois, apenas poderia haver uma substancial e marcante diferença, numa
perspectiva do Futuro: com quem ganhou as eleições, não teríamos a
desconfiança em quem governa, os investidores internos e externos não
fugiam a sete pés,de quem os maltrata e os corre de foice e forquilha
nas mãos, como o Diabo foge da Cruz; as exportações não teriam afundado
drasticamente, o crescimento económico não estagnava como estagnou e,
paulatinamente, continuaríamos a afirmarmo-nos perante os parceiros
económicos e com credibilidade pelo Mundo.
Aqui chegados, um ano
depois, o único ganho que os portugueses tiveram, para lá de todas as
perdas e comprometimento do Futuro, foi não termos que assistir a
"tocaias", a manifestações de controleiros, a greves partidariamente
encomendadas e, muitas delas, sem justificação plausível.
Aqui
chegados, um ano depois, preferia ver Portugal a crescer e a libertar-se
das amarras da cegueira e das utopias, com alguma pujança económica que
permitisse a redistribuição de alguma riqueza, mesmo que para tal
tivesse que pagar o preço de ouvir a algazarra dos fanfarrões alienados e
os sons estridentes das vuvuzelas sindicais.
Aqui chegados, um ano
depois, estou farto que me mintam, que me atirem areia vermelha para os
olhos e que façam deste Povo que também é meu, um bando de estúpidos
esfomeados que acolhem todas as patranhas e comem toda a fruta bichada
que uma qualquer geringonça lhes possa servir à mesa! serve à mesa, enquanto se vê a Economia dos vizinhos espanhóis, sem Governo efectivo, a crescer e a pagar menos juros!