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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

AUDITORIA OU CORTINA?

A Auditoria anunciada pelo Governo à Autoridade da Protecção Civil, merece-me toda a concordância, mesmo que continue a defender que "auditados" deviam ser todos os poderes do Estado que, por negligência ou omissão, tenham permitido que a Tragédia Nacional que foram os incêndios, tomasse as terríveis proporções que todos conhecemos e lamentamos e que nos deprime enquanto concidadãos dos que sofreram, no corpo e no património, os nefastos efeitos da incúria sem rosto!
Despejar dinheiro na dor, no sofrimento dos que perderam familiares, dos que se viram privados de abrigo e de meios de subsistência, é coisa pouca.
Urge saber quem, como e porquê, por negligência, por incompetência, por incumprimento dos seus deveres, não soube ou não quis colocar ao serviço da segurança dos seus cidadãos de todos os meios que a situação calamitosa requeria.
É que, lembrando-me do surto de Legionella  de 2014, que ceifou 14 vidas e deixou cerca de 400 com graves mazelas e padecimentos que a Medicina não pode reverter, mais do que as compensações monetárias que nunca chegaram, há culpados a quem ainda não chegou, também, a espada da Justiça, o Estado nem sempre responde, atempadamente, por incuria legislativa ou por esquecimento, às suas obrigações para com a Sociedade.
Responsabilizar os fautores da insegurança, por comportamentos negligentes, laxismo e desinteresse, é o único caminho para que um País tenha credibilidade e que se paute por um genuíno Estado de Direito.
Auditar apenas a ANPC é positivo, mas é curto, é quase nada. É ficar pelas mangas deste fato negro de cinzas e de luto que Portugal vestiu.
Os braços da Justiça terão que chegar mais longe e, através do Ministério Público, encontrar, desde o mais humilde serventuário do Estado, até aos ilustres maquinistas do poder público,
pela postura e resposta à calamidade, cometeram crimes, por negligência, por incompetência ou por negação dos seus deveres, enquanto entidades a quem é cometida a missão de zelar pela segurança e bem estar do seu Povo!
Que a Auditoria anunciada, não sirva de cortina e não substitua,por si só, a acção da Justiça que vim enunciando!