Passei imensas vezes por esta capelinha, nos anos de juventude!
A seus pés, no fundo duma escarpa, corre o Trouço, um afluente do Vouga, onde, desde muito novo, aprendi a pescar. Ainda Hoje me rio da forma rudimentar como engendrei, com sete verdes anos, os primeiros anzóis, com recurso a rede da capoeira do quintal lá de casa. lol
O respeito e a devoção que os paroquianos tinham, então, pela sua capelinha na Frádega, ficava bem à evidência como todos corriam para as imediações da capela, sempre que um incêndio se manifestava nas redondezas e donde só saíam depois de extinguir o fogo com fracos meios artesanais, mas com uma união e um empenho que se não voltou a ver, em tempos novos!
A seus pés, no fundo duma escarpa, corre o Trouço, um afluente do Vouga, onde, desde muito novo, aprendi a pescar. Ainda Hoje me rio da forma rudimentar como engendrei, com sete verdes anos, os primeiros anzóis, com recurso a rede da capoeira do quintal lá de casa. lol
O respeito e a devoção que os paroquianos tinham, então, pela sua capelinha na Frádega, ficava bem à evidência como todos corriam para as imediações da capela, sempre que um incêndio se manifestava nas redondezas e donde só saíam depois de extinguir o fogo com fracos meios artesanais, mas com uma união e um empenho que se não voltou a ver, em tempos novos!
"A Ermida do Senhor da Agonia
Freguesia de São Miguel do Mato
Conta-se que num pequeno monte dos arredores da localidade de Lourosa, na freguesia de São Miguel do Mato, andava uma pastorinha a guardar o rebanho de ovelhas e, ao mesmo tempo, andava a fiar.
Deixou então cair o fuso, que rolou para uma brecha aberta na rocha.
Debruçando-se, para o apanhar, viu que por ali havia sangue e encontrou na fresta uma cruz, com a figura de Nosso Senhor pregado.
Deixou então cair o fuso, que rolou para uma brecha aberta na rocha.
Debruçando-se, para o apanhar, viu que por ali havia sangue e encontrou na fresta uma cruz, com a figura de Nosso Senhor pregado.
Em 1818, José Pereira Baptista, relatou este eventos assim:
“No dia onze de Agosto de mil e septe centos, e cincoenta Maria Pereira casada com Manoel Rodrigues dos Santos que morava nas casas ultimas de Moçamedes para o Sul e hoje…tinha mandado huns filhos piquenos buscar lenha no monte onde avistaram? o Senhor. Demorando os piquenos muito ella partiu de casa a procurallos, e os achou a brincar no sitio onde o Senhor appareceu. Ralhou-lhes mandando-os apanhar lenha, e sentou-se fiando a sua roca sobre essa penedia, donde estava o Senhor. Dahi a pouco olhou para baixo por entre huns buracos, ou pedras, onde havia alguns fetos, e viu, que bullião, como se fossem açoutados por grande vento: olhou para os buracos e para o Ceo, e tudo estava sem vento algum. Continuou a fiar, e dahi a pouco caiu-lhe o fuso abaixo por entre as pedras, onde os fetos bullião, e descendo buscou o fuso achou-o encostado a hum braço do Senhor, que tinha o resto do corpo, e cruz coberta de musgo. Foi tirando o musgo e descobriu o Senhor. (…)”
“No dia onze de Agosto de mil e septe centos, e cincoenta Maria Pereira casada com Manoel Rodrigues dos Santos que morava nas casas ultimas de Moçamedes para o Sul e hoje…tinha mandado huns filhos piquenos buscar lenha no monte onde avistaram? o Senhor. Demorando os piquenos muito ella partiu de casa a procurallos, e os achou a brincar no sitio onde o Senhor appareceu. Ralhou-lhes mandando-os apanhar lenha, e sentou-se fiando a sua roca sobre essa penedia, donde estava o Senhor. Dahi a pouco olhou para baixo por entre huns buracos, ou pedras, onde havia alguns fetos, e viu, que bullião, como se fossem açoutados por grande vento: olhou para os buracos e para o Ceo, e tudo estava sem vento algum. Continuou a fiar, e dahi a pouco caiu-lhe o fuso abaixo por entre as pedras, onde os fetos bullião, e descendo buscou o fuso achou-o encostado a hum braço do Senhor, que tinha o resto do corpo, e cruz coberta de musgo. Foi tirando o musgo e descobriu o Senhor. (…)”
Tal noticia espalhou-se rapidamente, entre populares e autoridades religiosas, que vieram a confirmar que se tratava do Senhor da Agonia, erguendo-lhe uma capela alguns anos depois.
Ainda hoje, desde 1750, nesta capela situada na ermida da Frádega, se venera o Senhor da Agonia, com a realização de uma festa popular anual, realizada em de agosto, da qual fazem parte a missa e diversas atividades tradicionais.
Consta-se que era tradição proceder-se à medição do Senhor da Agonia, antes do inicio da missa em sua honra, acreditando-se que a figura crescia cerca de 1cm por ano.
Atualmente, este património edificado da freguesia de São Miguel do Mato, faz parte de um circuito pedestre (PR 5 ) que pode ser percorrido durante todo o ano e dá a conhecer a fauna e flora locais, bem como o rio Troço, a ribeira da Pacheca e a antiga igreja paroquial."
(foto e texto, DAQUI)
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