Com toda a reserva, que ainda o não ouvi da boca dos responsáveis, o encerramento de mais centenas de escolas, sobretudo no Interior, é, simultaneamente, causa e consequência da desertificação daquelas regiões, as do badalado Portugal Profundo.. É o que me leva a esperar bom senso e avaliação, caso a caso, da particularidade e da realidade envolvente, de cada estabelecimento a encerrar.
Não que defenda escolas sem alunos, à espera que a Cegonha seja mais esforçada em anos que hão-de vir, aberta, apenas, para que o professor fique de guarda às paredes, mas porque me parece que a bitola não pode ser única e a mesma para o todo nacional.. Particularidades diversas, têm que ter tratamento diferenciado e estou a lembrar-me, por exemplo, das assimetrias regionais, grosso modo, entre o Interior e o Litoral.
E, nem necessito de invocar as razões que me levam a pensar que se justifica menos o encerramento duma escola em aldeia serrana, longe dos grandes centros, com 5 ou 6 alunos, que o mesmo tratamento numa do Litoral, com 15 ou 20, onde, a demografia, as estruturas, os meios de transporte, onde, porventura, há mais escolas por metro quadrado que capelinhas e Igrejas no Alto Minho, dão "um bigode" às fragilizadas e sempre castigadas terras do Interior.
Bem sei que esta moda dos armazéns ou madraças teve início noutro Califado, AQUI mas é sempre tempo para repensar e fazer a avaliação dos ganhos e perdas, em vários campos, deste desenraizamento das crianças do seu habitat familiar....saltimbancos juvenis condenados pela incúria dos adultos que, durante décadas, não tiveram engenho e arte para desenvolverem harmoniosamente o País, para que os fossos entre Regiões, não provocassem o abandono do Interior!
A régua e esquadro, só mesmo na Geometria, que a Educação é muito mais do que isso!