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Tal como disse por aqui, há dias, não concebo que haja listas vip no que concerne a consultas da situação tributária. Nem vip, nem de nada, que, quanto à reserva da vida privada de cada um de nós, todos somos intocáveis em medida igual!
Não sei quem a promoveu na estrutura das Finanças. Ainda não está, de forma clara, apontado o protector das aves que voam acima das nossas nuvens. Condenável, não só pela manifesta discriminação, mas, mais, pelos efeitos perversos, pois, no afã de ser protegida a privacidade duma só "casta", se deu o sinal de que todas as outras poderiam estar expostas ao voyeurismo gratuito de qualquer manga de alpaca mais curioso.
Os funcionários do Fisco, como de todas as outras instituições estatais, sabem ter obrigação de sigilo quanto aos dados pessoais de qualquer cidadão e só deles fazerem uso na estrita necessidade do seu labor. A Lei e os seus códigos deontológicos não lhes deixam margens para dúvidas!
É por isso que, do mesmo modo e com o mesmo afinco que condeno a existência da famigerada "Lista Vip", não posso deixar de condenar os que, valendo-se da sua função, acedem aos dados pessoais de qualquer contribuinte, para lá da necessidade funcional, tenha ele o estatuto que tiver na nossa Sociedade. Sobretudo se, por mera hipótese, deles fizerem fonte de rendimento junto de órgãos da comunicação social ou meros trunfos para as batalhas político partidárias.
Ouve-se, insistentemente, que todos somos sujeitos de direitos e deveres. Só que, nesta votalidade dos propósitos, agitamos a bandeira dos primeiros, em manifestações e greves, e apoucamos os deveres, de que, a guarda de sigilo e salvaguarda da vida privada é um deles. E os sindicalistas, também sabem disso! Mas, ao que parece, a preocupação imediata é apenas a, igualmente condenável, "lista vip"!
Não merecemos, nem lista vip, nem espreitas!
Vouguinha
