Ainda dói ter ouvido o jornalista duma estação televisiva nacional questionar o Secretário de Estado quanto aos custos das ajudas, consubstanciadas em 2 aviões para a Suécia e 50 operacionais para a Grécia, para colaborarem no combate aos incêndios que lavram naqueles países e onde já há a lamentar centenas de vítimas.
Não só pela questão formulada, mas pela insistência com que foi feita, como se o cerne deste acto solidário, fosse o valor material da ajuda!
Aberrante, saber que seja essa a preocupação primeira dum jornalismo que, de há muito, me deixa apreensivo, por imaginar poder ser essa a formação que é ministrada aos profissionais da Comunicação Social nas Escolas Superiores. Apreensão que só tem paralelo com alguns programas degradantes, só justificados pela luta pelas audiências, mormente aqueles em que intervém comentadores avençados de duvidoso saber.
Acaso, aquele mesmo jornalista questionou, no trágico ano de 2017, qual o dispêndio monetário dos países que vieram em nosso auxílio, quando as mesmas vorazes labaredas nos ceifaram campos e vidas?
Eu tenho muito respeito pelo jornalismo sério e isento, mesmo que ele vá escasseando e fico esperançoso que alguém do seu meio profissional lhe faça saber que a Solidariedade não tem fronteiras, bandeiras, nem PREÇO!