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domingo, 9 de junho de 2013

AI, MINGA, MINGA!



 Chuva madrasta, a do nosso contabilista-mor!
Que nos faz encolher a fazenda...... e humedecer os olhos...


 Há mais de meio século, numa pequena aldeia, não a perdida nas Beiras, mas uma que, facilmente,  se encontra por ali, entre os pinhais de Lafões, também ouvi a um dos agricultores da terra, lamentar-se dos efeitos nefastos do "desbexigar" do incontinente S. Pedro!
 Vendido o vitelo por boa maquia, o Senhor Alfredo das Eiras, caseiro de terras boas, entendeu mandar fazer fato no alfaiate da terra. O tecido já o comprara a um cigano itinerante, que lhe vendera do bom, do melhor terylene francês, como o nosso agricultor fazia questão de anunciar, já de fato vestido, no adro da Igreja, antes das santas missas dominicais e durante todos aqueles dias de descanso do Verão quente.
 Chegado o Inverno, o pior aconteceu, quando naquela manhã enevoada, decidiu calcorrear os dez quilómetros de mau caminho que o separavam da Vila, onde iria pagar a décima.
 Surpreendido por forte chuvada, já no regresso, quando chegou à aldeia, e já num grupo de amigos, alguém lhe fez reparo de que o fato, o tal do último grito do terylene francês, havia minguado.
 Perante o reparo e confundindo a fazenda, o Alfredo das Eiras, 
sem se incomodar com o fato encharcado, batendo com as mãos num dos  bolsos traseiros das calças, , reclama em voz sonora: - AI MINGA, MINGA!....