Enquanto o homem, parecendo acometido de súbita incontinência verbal, desancava na anterior coligação governativa e, de modo bem mais feroz, nos Magistrados e na própria Justiça, enquanto enaltecia os predicados políticos do seu ex- numero dois, por mais folhas que desdobrasse, nunca me deparei com algum editorial DESTA índole, num "tapa a boca" tão público quanto imperativo!
Bem sei que José Sócrates e os seus governos eram conhecidos por conviverem mal com alguma informação mediática, contra o que o próprio Público, entre outros, não deixou de se rebelar, por mero exemplo, AQUI.
Estaríamos, assim, perante o troco da moeda socrática ou, melhor, a mandar às malvas o sentido do aforismo "não faças aos outros, aquilo que não gostas que te façam a ti".
Mas, não. Não é a leitura que faço, relevando o tempo e o espaço, em que este "Cala-te" dum órgão de informação escrita ganha estatuto de Editorial.
Serão coincidências,que não colhem para um Vouguinha que desconfia, tanto de muitos políticos como de muitos jornalistas, comentadores e afins, mas, se José Sócrates anda, desde há anos, a falar sem freio, porquê só agora, em que, pela primeira vez, o ouço criticar António Costa por aceitar governar sem ganhar eleições, NESTA ENTREVISTA, alguém entendeu que o homem se deve calar?!
Estas coincidências são pulgas. Que só não saltam para trás das orelhas de quem anda distraído!