Sem pretender uma incursão técnica ou exaustiva a propósito da calamidade que se abate sobre o território nacional e cujas consequências para pessoas e bens, nos deixam, inevitavelmente, deprimidos e, de forma simples, sem jogos florais e outras pesadas roupagens, que o calor dispensa, volto ao que sempre disse por aqui e que não será justificação plena, mas lembremo-nos que, por esse tempo, o de ANTES, em que os tractores eram de quatro patas, comiam palha e
viviam em currais, os agricultores, que cuidavam dos seus campos e não
lhes deixavam entrar mato, cortavam o estrume dos pinhais para forrarem
os currais do gado e, até, para fazerem o "adubo caseiro", depois,
substituído por químicos. Nas aldeias, as donas de casa, iam ao molho de
ramos e arbustos secos ás matas, que era o combustível das
lareiras e dos fornos comunitários. Acresce que, por esse tempo, as
mais remotas povoações não estavam quase desertificadas e, sempre que
havia notícia duma ignição, eram os próprios habitantes que dominavam as
chamas, logo à nascença.
AGORA, o panorama dos campos é outro? É.
Como, aliás, tudo se alterou. E aí é que está o problema. É que essa
alteração do panorama do território não foi acompanhado de medidas
correspondentes, que substituíssem aquela normalidade anterior. Vimos o
"Mundo a pular e avançar", para o melhor e para o pior, e os
responsáveis, neste campo, ficaram a marcar passo na parada do ANTES , sem que pulassem e avançassem nas medidas que urgiam ser
tomadas e consentâneas com a nova realidade, a do AGORA.
E que, perante a apatia política, alguns estranhos interesses se foram criando?! É natural...... Como em tudo, na Sociedade em que vivemos.
Mas, não é aqui, ou só aqui, que radica o flagelo dos incêndios....
O que falhou mesmo foi o salto do ANTES para o Agora. Que não foi feito. No terreno, onde tudo se passa!