Nunca entendi muito bem o que é isso de Classe Média. Sobretudo, agora, numa fase que os portugueses estão em permanentes flexões, para baixo, para cima, oscilando entre o ter muito, ter alguma coisa e nada ter!
Ouvi, ontem, alguém a insurgir-se - quem o não lamenta? -, contra a debandada forçada dos tradicionais comerciantes da Baixa de Lisboa. Descreviam-se, mesmo, casos em que ambos os elementos da família ficaram sem ocupação, desempregados.
Foi, depois dessa conversa de fim de tarde, que fiz uma viagem ao Passado, a um período que medeia entre o final do Séc.XIX e a primeira metade do Séc. XX, que me ressaltavam no espírito as mudanças que o Tempo vai operando nas nossas vidas e no todo da Sociedade.
Eles, os comerciantes da Baixa Lisboeta, eram, ao tempo, a nata endinheirada da capital.
Por norma, num quadro bem queirosiano, era o homem quem geria o negócio e o único da família a dar o corpo. A esposa, por rotina, ocupava os dias nas tertúlias de chá, tendo por única ocupação palpável, estabelecer a Ordem de Serviço junto dos serviçais da casa. Muitos desses negócios floresceram, ganharam corpo de autênticos impérios comerciais. Chamavam-lhe Classe Média Alta......
Tudo foi mudando, após uma breve e artificial pujança, logo nos primeiros anos da denominada democracia. Incapazes de suportarem os salários dos seus empregados, os antigos e novos comerciantes, iam recorrendo, cada vez, mais à prata da casa, à mulher e filhos, numa tentativa gorada de manter negócio e lucros.
Hoje, para lá dos que debandaram só após a consolidação dum bom pé-de-meia, de que vivem com alguma folga financeira, a maioria foi, o que se tem por hábito dizer, apanhada na curva, na descendente neste caso, e engrossam, assim, o numeroso grupo das famílias desempregadas.
Eis como tudo é efémero, não há certezas de nada, nunca nos podemos ufanar de termos o sol, quando até a fugaz sombra na terra nos vai ficando esbatida....
Mesmo aqueles que vão fazendo boa bolsa, como é moda, recorrendo a vigarices e pulhices políticas, poderão não estar a salvo. E é bom que não estejam!
Ouvi, ontem, alguém a insurgir-se - quem o não lamenta? -, contra a debandada forçada dos tradicionais comerciantes da Baixa de Lisboa. Descreviam-se, mesmo, casos em que ambos os elementos da família ficaram sem ocupação, desempregados.
Foi, depois dessa conversa de fim de tarde, que fiz uma viagem ao Passado, a um período que medeia entre o final do Séc.XIX e a primeira metade do Séc. XX, que me ressaltavam no espírito as mudanças que o Tempo vai operando nas nossas vidas e no todo da Sociedade.
Eles, os comerciantes da Baixa Lisboeta, eram, ao tempo, a nata endinheirada da capital.
Por norma, num quadro bem queirosiano, era o homem quem geria o negócio e o único da família a dar o corpo. A esposa, por rotina, ocupava os dias nas tertúlias de chá, tendo por única ocupação palpável, estabelecer a Ordem de Serviço junto dos serviçais da casa. Muitos desses negócios floresceram, ganharam corpo de autênticos impérios comerciais. Chamavam-lhe Classe Média Alta......
Tudo foi mudando, após uma breve e artificial pujança, logo nos primeiros anos da denominada democracia. Incapazes de suportarem os salários dos seus empregados, os antigos e novos comerciantes, iam recorrendo, cada vez, mais à prata da casa, à mulher e filhos, numa tentativa gorada de manter negócio e lucros.
Hoje, para lá dos que debandaram só após a consolidação dum bom pé-de-meia, de que vivem com alguma folga financeira, a maioria foi, o que se tem por hábito dizer, apanhada na curva, na descendente neste caso, e engrossam, assim, o numeroso grupo das famílias desempregadas.
Eis como tudo é efémero, não há certezas de nada, nunca nos podemos ufanar de termos o sol, quando até a fugaz sombra na terra nos vai ficando esbatida....
Mesmo aqueles que vão fazendo boa bolsa, como é moda, recorrendo a vigarices e pulhices políticas, poderão não estar a salvo. E é bom que não estejam!