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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A REPÚBLICA E OS POMBOS

 Na minha terra de origem, sempre que alguém chegava cedo a qualquer evento, dizia-se que "ia de véspera como os gaiteiros de Miranda". Não sou gaiteiro nem de Miranda, mas venho cedo, para me antecipar aos eventuais trombones da Banda da Carris, de ver uma Bandeira de "patas ao ar" e uma comandita de maçónicos a baterem palmas e a porem em debandada os pombos que arrulham ali pela Praça do Município......
  E, porque nada mudou em Pátria de masoquistas, papagaios em gaiolas douradas e cigarras ociosas, volto a festejar o dia de amanhã, com os mesmos foguetes que fiz estalar por aqui, no Vouguinha, na mesma celebração de 2010:

Eu celebro a Pátria...


.. não os regimes servidos na hora.E, celebrar o quê?- A República que teve como prelúdio o Regicídio de 1908, pelas mãos da Maçonaria e que sobreviveu, a partir de Lisboa e Porto, à custa do terror que a Carbonária impôs a todo um Povo?
- A Primeira República que, em 15 anos e 8 meses, num ambiente de total desordem, perseguições políticas e religiosas, crimes e radicalismos extremos, teve 8 Presidentes e 45 Governos?!
- A Segunda República, a do Estado Novo, a quem os tresloucados desmandos da primeira deram alforria e força e que, alicerçada no autoritarismo, entorpeceu um Povo durante 48 anos?

- A Terceira República, iniciada com os cravos de 1974 e que deu os primeiros passos de forma grotesca a reeditar todos os vícios e pulverização partidária da Primeira e que só não redundou na bagunça política e social daquela, mercê da mãozinha caridosa duma Europa que a foi suportando com injeção de milhões, reprimendas, avisos e algum paternalismo?

- Esta República em que os Presidentes emanam dos partidos e, por mais probos que sejam, se não libertam das amarras ideológicas e tendenciosas que a eles os prendem, ao invés de se desmarcarem claramente e estarem muito acima, como símbolo e unidade de toda a Nação?
- Esta República actual, em que se fala muito de ética republicana, ao mesmo tempo que temos a percepção de que não há ética alguma, num quadro duma democracia onde se vincam os traços da primeira, como o gamanço, a corrupção, o crime, a ausência de valores, a iniquidade das leis e a debilidade da Justiça e onde se levantam as bandeiras negras do endividamento externo, desemprego galopante, da miséria anunciada e da instabilidade social?

Decididamente, celebrar o quê?

Por mim, da República mais não tenho a celebrar que os símbolos da Pátria, o Hino e a Bandeira, que, de sua autoria, tendo sido apropriados por todo um Povo, estão acima de qualquer regime, e representam uma Pátria que foi forjada nos feitos e sacrifícios nos séculos que antecederam a República.

E essa, sim, será sempre celebrada e me confere o direito de ter orgulho em ser português!