Hoje, na ressaca da última decisão do PR, debati, com mais amigos, a forma pouco interessada como a maioria dos portugueses se empenham no processo democrático, e nos direitos e deveres que estão subjacentes a esse Sistema Político.
A tendência para que os eleitores optem pelo óbvio, pela imagem que mais vende e sigam o refrão da moda, até nas situações e eventos mais folclóricos, é notória. Criam-se ídolos que as pessoas idolatram, mesmo que tenham pés de barro, pensa-se com os olhos e guarda-se, muitas vezes, a cabeça para as dores.
Não acompanhei, religiosamente, todo o desenrolar do entretenimento "non stop" que a TVI nos proporcionou, mas, pelo que fui assistindo, a espaços, forneceu-me produto suficiente para chegar á conclusão anunciada, para quem conhece o logro fácil com que os "votantes" deste País vão caindo, sem que o passar dos anos sirvam de alguma aprendizagem.
Ganhou o manequim. O rapaz cultiva o físico. É o seu cartão de visita, o ponto forte do seu currículo, que a experiência nas passarelas da moda, valorizam. Com tais argumentos, não lhe foi difícil promover uma imagem de estrela e vender o embrulho.
O embrulho, já que, quanto ao conteúdo, não me pareceu que que a encomenda seja da qualidade do produto anunciado.
Porquê? Porque, para lá do invólucro, o que vi foi: um provocador nato, nas afrontas, servidas com uma regularidade enervante, a um tal Tino de Rãs; exibicionista, na forma como procurava as câmaras, sempre que partia para os jogos de sedução á Kelly; agressivo, na forma como reagia quando a opinião dos seus pares aprisionados, lhe não era favorável; ciumento, como os próprios colegas reconheceram e, ridiculamente, zelota das pernas bem feitas da que diz ser sua namorada e, a que considero menos abonatória, indisciplinado, enquanto infringia as regras de forma continuada e desafiadora. As normas impostas pelo programa e por si aceites no contrato, o que torna lícito pensarmos que era considerado intocável pelo próprio BB.
Foi o que os meus olhos viram. Nada que, em si, nos deva preocupar. É verdade. É tudo um "faz de conta" divertido, para preencher horários e ganhar audiências para a indispensável venda de publicidade.
Mas, do apego que os portugueses votantes têm pelo culto da imagem, a valorização do invólucro, em detrimento do conteúdo, já dá que pensar. É que, noutro plano bem mais sério, é a tendência que os eleitores deste País vêm demonstrando nas suas escolhas políticas. Valorizam o papel de lustro e os laçarotes do embrulho, em prejuízo do que, efectivamente, vai no interior da encomenda.
Este, foi apenas um sinal. Paradigmático......