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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A saga dos ex-combatentes....


.... os tais que os diversos poderes pós 25 de Abril anseiam verem em "vias de extinção".....para que não lhes pesem nas contas dos orçamentos, lhes aliviem os serôdios remorsos....e alguns pesadelos... enquanto vão distribuindo benesses e "alcavalas" pelos boys das confrarias partidárias....

Uma reflexão escrita da autoria de Carlos Morgadinho:


A SAGA DOS EX-COMBATENTES É ETERNA

Por Carlos Morgadinho

Com o 25 de Abril de 1974 pôs-se um fim a uma guerra nas antigas províncias africana, ou colónias para quem assim as queira designar, e tudo, aparentemente, voltou à normalidade com eleições livres a autodeterminação desses ex-territórios subjugados há mais de 500 anos. Portugal voltou, finalmente, a ter a paz que sempre desejou e a ser respeitado no seio das Nações.

No entanto as mazelas duma guerra de 13 anos marcaram para sempre os ex-combatentes que foram, durante aqueles anos, enviados para a frente de batalha. Para os onze mil, que tombaram ao serviço da Pátria (sim foi esta que os chamou e os obrigou a empunhar armas para lutar contra os povos africanos daquelas nações africana (Angola, Guiné e Moçambique) a situação não se alterou pois deixaram de ser um "peso inerte" para os Governos tanto da Ditadura como do após Revolução. Mas ficaram mais de 100 mil feridos, não só fisicamente mas também emocionalmente. No que se refere aos estropiados foi criada de imediato, no dia 14 de Maio de 1974, com a queda do fascismo, uma associação de apoio e defesa dos interesses e situação desses militares que sofreram incapacidades tanto em combate como em acidentes enquanto ao serviço. Essa colectividade tem o nome de Associação dos Deficientes das Forças Armadas Portuguesas, a ADFA, que tem feito um excelente trabalho durante os processos de habilitação de incapacidades e na representação de todos aqueles a quem foram presentes às Juntas Médicas, processo muito controverso. E eu digo controverso pois muitos dos apresentados a esses painéis de avaliação são rotulados de "Normal processo de envelhecimento" e as aplicações são assim indeferidas e arquivadas e ficando no "esquecimento eterno". Claro que ao fim de 15, 20 ou mais anos os ex-combatentes estão envelhecendo e as incapacidades estão, ou foram, "camufladas" pelo P.D.I., conhecida na gíria por "Porca Da Idade", estão agora a parecer com mais frequência e de que maneira...

Também foi há bem poucos anos que o stress de guerra, ou Pós Traumático Sindroma (conhecido pelos "Apanhados") foi finalmente reconhecido como incapacidade e dado finalmente o apoio necessário no tratamento inclusive psicologicamente (não sei se monetariamente). Tenho um colega de unidade, de alcunha "O Drácula", que foi o único sobrevivente duma emboscada na região dos Dembos, em Angola (em 1965 ou 1966) e que testemunhou o massacre dos seus 9 ou 10 companheiros de pelotão, já feridos e prostrados na picada. Isso marcou-o profundamente. Nunca mais trabalhou e, em Lisboa, onde vivia, a sua cama eram os bancos dos jardins ou sob os aquedutos e pontes. Em 1998, creio que estou correcto na data, numa reunião de veteranos do meu Batalhão, o BTM361, em Setúbal, este amigo e companheiro apareceu no almoço e, solidariamente, angariamos fundos não só para pagar os custos da refeição como para arrendar um quarto numa pensão onde se pudesse abrigar incluindo alimentação para 3 ou 4 meses. Pobre amigo. Estava um farrapo humano e apenas nos seus 56 ou 58 anos de idade aparentando então 75 ou mais anos.

Então o Governo Português "ignorava" esta situação. Muitos outros sofriam de problemas de locomoção, nos membros inferiores e na coluna vertebral, pela calcificação de traumas e fracturas durante o cumprimento do serviço militar e, na sua maioria adquiridos em zona de campanha. Por esta situação nada recebiam de compensação nem sequer direito aos serviços do Hospital Militar, um dos mais bem apetrechados e com um dos melhores corpos clínicos de Portugal, ou mesmo no apoio medicamentoso para lhes aliviar o sofrimento.

Não me quero alongar mais neste meu "canto" lamurioso pois, como a maioria dos ex-combatentes, ou veteranos, nada recebo do Estado Português que me "FORÇOU" a tomar parte duma guerra que NÃO QUERIA e nem SABIA DO PORQUÊ, apenas me diziam que era para defender a Pátria Pluricultural que estava então a ser "ATACADA" e em "PERIGO?". Ganda peta.

Não sou reformado nem recebo pensões, mesmo sendo-me atribuída uma contagem de tempo ao serviço de mais de sete anos como militar e na sua maioria em zona operacional. Também não tenho assistência médica providenciada pelo Governo Português quando sou "apanhado" pelas crises quando me encontro de visita ao meu "Torrão Natal".

E a quem devo imputar todas estas anomalias ou culpas? Na minha óptica a todos os nossos Presidentes da República do após 25 de Abril mais concretamente ao Cavaco Silva (que está em vias de se sentar, mais uma vez, no Palácio de Belém), o Mário Soares e o Jorge Sampaio. Eles, os nossos Presidentes, são quem cabe o dever de proteger os seus cidadãos quando haja omissões ou grossa injustiça.

Com certeza estão à espera nestes próximos 30 ou 40 anos, quando apenas uma meia dúzia de trôpegos ex-combatentes ainda estejam no nosso convívio, para então se fazer justiça e eliminar-se esta descriminação. Somos todos filhos da Pátria Lusa e não apenas alguns a serem rotulados de... BASTARDOS.

Cumprimos o nosso dever embora estivéssemos no lado "errado" do filme. E isto é que conta e para isso é que houve o 25 de Abril e é com esta ideia de haver Democracia, Igualdade e Justiça Social é que elegemos os nossos representantes para a Assembleia da República e os nossos Presidentes.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tirem-lhes tudo!


Notícia do Correio da Manhã:

Ministério tira net a escolas
O Ministério da Educação (ME) mandou retirar o serviço de internet de banda larga em 16 escolas do 1º Ciclo dos concelhos de Vouzela e São Pedro do Sul, afectando cerca de 350 alunos.



De acordo com as autarquias, trata--se de escolas que estavam referenciadas pelo ME para encerrar, no âmbito do reordenamento da rede escolar, mas que acabaram por permanecer abertas. "Nas férias foram retirados os modems das salas. Primeiro, a tutela disse que foi um lapso e que já tinham dado indicações à PT para repor o serviço, mas agora já dizem que não há cabimento orçamental e que tem de ser a câmara a pagar", disse ao CM o presidente da autarquia de Vouzela, Telmo Antunes (PSD). O autarca garante que não vai repor a internet. "Não está em causa o valor mas o princípio, esta é uma competência do ME".

No município vizinho de São Pedro do Sul, também de gestão social-democrata, o vereador da Educação, Rogério Duarte, considera que houve "precipitação" do Ministério. "As escolas estavam elencadas para fechar mas ficaram abertas. A Direcção Regional de Educação do Centro disse que já deu orientações à PT para repor o serviço e estamos à espera". O CM questionou o ME, mas não obteve resposta. Segundo o site do Plano Tecnológico da Educação, a banda larga está presente em 99,1% da rede escolar do País.

Não acreditamos na teoria da conspiração, mas vamos notando as estranhas coincidências: ambas as autarquias são de presidência de força partidária diversa da que sustenta o actual Governo!

Aos habitantes do Concelho de Vouzela, já tiraram a assistência permanente no Centro de Saúde; mais recentemente, privaram os agricultores de apoio técnico, tiram, agora, a internet das Escolas que pretendiam encerrar......só não lhes tiram a alma que aquela Gente não se vende nem alinha em chantagens....sejam elas políticas ou de outra natureza!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cemitério de Mueda, Moçambique

Demos, por aqui, boa nota pela conservação do Talhão Militar de Pemba, Moçambique.
Lamentavelmente, não o poderemos fazer a respeito do local onde repousam muitos combatentes que tombaram em MUEDA, o que a SIC denunciou na sua Reportagem de ontem, passe o facto de ter registado uma intervenção após a gravação das imagens.
Por onde andará a memória desta Pátria? O respeito daqueles que derramaram o sangue por ela, por mais injusta que fosse aquela guerra?
Nem arrisco escrever mais nada ....... tremem-me os dedos de raiva!....