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sábado, 26 de junho de 2010

Os chip managers

Vi-o, em primeira mão, exibido por um deputado do PS, em plena AR. Depois, foi o Secretário de Estado Paulo Campos a dar-lhe honras televisivas. Ambos insistiram na qualidade, na inocência ternurenta e insubstituível do chip das SCUT em polémica acesa.
Olhando bem, mais parecia um pequeno e inofensivo brinquedo, que ambos manipulavam como se um ratinho de peluche se tratasse e que não é, à primeira vista, muito maior que os chips aplicados pelos veterinários nas vaquinhas e nas cabras que ainda vão pastando por aí.
Nada de especial naquele objecto a que muitos já teimam em denominar o "olho" do Estado...

O chip já estava escolhido. Era aquele e mais nenhum. Não sei se com ou sem concurso, ninguém mo disse, nem tão pouco o questionei.
O que, como bom português, estranhei, e desconfiei, foi da exagerada mostra do produto.
Não terá nada a ver, mas hoje, ao desfolhar o "Expresso", voltei a bater com o nariz no afamado chip. Desta feita - e a crer na notícia -, fiquei a saber que um ex-assessor do Secretário de Estado Paulo Campos, em 2008 e 2009, é nada menos que o responsável máximo, o "country manager" para Portugal da empresa fornecedora dos tais "chips" a instalar nas SCUT!...

E, sem me alongar mais, apenas fico, intimamente, a pedir aos nossos representantes na AR que não estraguem o negócio, nem à empresa nem ao seu manager!
Para que Portugal não perca o rumo que vem tomando nos últimos anos.....

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dia de São João

É inevitável. Estas festividades, com raízes em tradições antigas do nosso Povo, despoletam recordações que nos remetem para anos de juventude, para os tempos das sacolas escolares, com lousa e giz, dos folguedos juvenis que nos ocupavam os tempos livres.
O São João, é, do trio estival, provavelmente, o mais celebrado no Norte do País, tinha duas vertentes na minha infância: a ida, logo pela manhã, no Vouguinha fumegante, com a rapaziada do meu tempo, para Viseu onde assistíamos, entusiasmados, às, naquele tempo já antigas, "Cavalhadas de Vildemoinhos". À noite, de regresso das festividades da cidade de Viriato, e após se terem, abusivamente, "alugado" uns vasos das varandas mais floridas, saltavam-se as fogueiras com aroma de rosmaninho, perante a preocupação dos mais velhos que iam avisando para o chamuscar dos putos de perna curta, menos dotados para o salto das labaredas.
As "Cavalhadas" continuam, apagaram-se as fogueiras, mas o S. João permanece vivo no imaginário e na tradição, sendo no Porto onde esta todos os anos se renova com mais brilho.
E é num vaso de manjericos da Invicta que deposito uma quadra, bem ao espírito do São João....e à maneira do Norte:

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sete vuvuzelas!


Nós somos assim. Zangamos, criticamos, desesperamos, quando se não chega à vitória.
Descarregamos a raiva nas "vuzuvelas" do Jorge Lacão, maldizemos com o som estridente das "cornetas do Diabo"...

Empertigamos, elogiamos, vibramos, ao som dos melodiosos violinos em que as vuvuzelas, num milagre de onze anjos, e de repente, se transformaram!

Sorrimos, perdemos algum azedume, que, mais no Futebol do que na Política, o momento é de esperança!....

Mesmo sabendo que depois da ressaca duma bebedeira de Alegria, acordamos e estamos na mesma vil tristeza, perdidos na bruma das incertezas...

Mas, brindemos, enquanto há Festa!!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"Tá-se mesmo a ver, não tá-se?"....


... que o encerramento de 900 escolas do Básico, se inserem numa medida de melhorar o Ensino em Portugal, como defende a tutela!
Não tem fins economicistas, não senhores!
O noticiado abate de 2 helicópteros e 25 ambulâncias do INEM, que afectarão muitos pontos do país, também não é medida economicista. Nem pensar!
Uma e outras visam o bem estar, o progresso do Nosso Povo, sobretudo das populações do Interior!
Tá-se mesmo a ver, não tá-se?!
- Tá-se, tá-se!...

O Tejo, no dia de S. António....














... espreguiçava-se, num azul sereno, entre as duas margens em festa!

domingo, 13 de junho de 2010

No País das sardinhas e caldeiradas


Portugal é o terceiro país do Mundo que mais se alimenta de peixe!
É obra! Com direito a medalha de bronze..... e lugar no pódio!....
Agora me recordo que, já lá vão mais de dois anos, alguns ingleses, do alto da sua presunção, em tom depreciativo, nos acusavam de "comedores de sardinhas"....
Um episódio que repesquei, pelas guelras, do Vouguinha original:
quarta-feira, 31 de Outubro de 2007

Comedor de sardinhas.


O embaixador de Portugal na Ilha de Sua Majestade, António Santana Carlos, no exercício do seu indiscutível direito de opinião, havia condenado o comportamento dos pais da Maddy ao deixarem sós, no apartamento, os seus três filhos de tenra idade.
Opinião que, aliás, não é só sua: no mesmo sentido, de condenação moral do acto de abandono, se têm manifestado milhares de portugueses e ingleses.
A reacção dos "intocáveis" não se fez esperar.
E chegou com o insulto soez de um colunista do "Mirror"que, encarnando o antigo complexo dos súbditos da Rainha, aconselhou o representante diplomático deste Povinho subserviente, a "manter fechada a sua estúpida boca de comedor de sardinhas".
Sem querer assumir as dores do ofendido, melhor, os odores da sua sardinhada, não deixo de ler mais um sinal da arrogância de quem não se convence que deixou, há muito, enquanto nação, de ser, em muitas vertentes, exemplo para outros povos, passe a tradição dos bons costumes da mais velha democracia do Mundo.
Até porque a pequena Maddy é inglesa, os pais também, só o território da "malvadez" foi o nosso. E ainda nos resta saber da nacionalidade do/s malvado/s..............que até poderão ser vizinhos do colunista inglês, o Lord cozinheiro desta peixeirada!

sábado, 12 de junho de 2010

Teias de aranha limpas....


.... no Dia de Portugal, pelo desassombrado discurso de António Barreto.

Ainda
não me convenceram.
Para além do esclarecido - mas tardio! - discurso de António Barreto, a quem (suspeito) se deve, em exclusivo, a presença dos ex-combatentes na cerimónia do 10 de Junho, a maioria da classe política que nos vem governando manteve-se à margem do reconhecimento do sacrifício daqueles que a Pátria mandou combater.
Depois de andarem mais de trinta anos a inculcar no espírito dos portugueses o sentimento de que os combatentes de África encarnam o odioso daquela guerra prolongada e dolorosa, a elite política que emergiu do 25-A, está longe - até por estratégia ideológica- de reconhecer que aqueles que combateram o fizeram em nome de Portugal.
Importa saber, em igual plano, se daqui a alguns anos, com outros ventos históricos, se para os militares oram mandados para o Afeganistão, Bósnia, Kosovo e para outros destinos de conflito armado, não vai ser transferido o ferrete de terem participado em guerras injustas.
Tarde, mas António Barreto - que até se eximiu ao cumprimento do dever, e mais insuspeito se qualifica -, soube chegar ao âmago da questão ao vincar, de forma bem veemente, que sendo os Governos a decidirem as guerras (justas ou injustas), os militares cumprem o seu desígnio, mas lutam em nome da Pátria e não de governos ou políticas.
E é dela, da Pátria, que os combatentes se sentem credores do respeito que lhes é devido.
E que, até agora, lhes tem sido regateado!...


Eis o notável discurso de António Barreto (36 anos depois do 25 de Abril!!!!) nas cerimónias do 10 de Junho, em Faro:

O DIA DOS PORTUGUESES ou, oficialmente, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, comemorado em 2010, tem um significado especial. Na verdade, assistimos esta manhã a um desfile das nossas Forças Armadas precedido de uma extensa delegação de Veteranos, de Antigos Combatentes, mais singelamente de combatentes dos exércitos em todas as guerras e conflitos em que Portugal esteve envolvido desde meados do século XX. Ao ver desfilar umas dezenas de antigos combatentes, de todos os teatros de acção militar em que Portugal participou, não sentimos vontade nem necessidade de lhes perguntar pela guerra, pela crença ou pela época. Sentimos apenas obrigação de, pelo reconhecimento, pagar uma dívida. Sentimos orgulho por saber que é a primeira vez na história que tal acontece e que está aberta a via para a eliminação de uma divisão absurda entre Portugueses. Com efeito, é a primeira vez que, sem distinções políticas, se realiza esta homenagem de Portugal aos seus veteranos. Centenas de milhares de soldados portugueses combateram em nome do seu país, do nosso país, desde os inícios do século XX até à actualidade. Já não há sobreviventes do Corpo Expedicionário Português enviado para Flandres, na 1ª Grande Guerra Mundial, nem das forças que, no mesmo conflito, lutaram em África. O último veterano dessa guerra, José Maria Baptista, morreu a 14 de Dezembro de 2002. Depois daquele conflito, as guerras foram, durante décadas, poupadas aos Portugueses. Só a partir de finais dos anos 1950 os soldados e outras forças militarizadas voltaram a encontrar-se em situações de combate aberto, primeiro no então Ultramar português, depois em múltiplos teatros de guerra, em associação com forças armadas dos nossos aliados da NATO e da União Europeia e em missões organizadas sob a égide das Nações Unidas. Independentemente das opiniões de cada um, para o Estado português todos estes soldados foram Combatentes, são hoje Antigos Combatentes ou Veteranos, mas, sobretudo, são iguais. Não há, entre eles, diferenças de género, de missão ou de função. São Veteranos e foram soldados de Portugal. É assim que deve ser. Em Portugal ou no estrangeiro, no Continente ou no Ultramar, na Metrópole ou nas Colónias, as Forças Armadas portuguesas marcaram presença em vários teatros de guerra e em diversas circunstâncias. Militares portugueses lutaram em terra, no mar ou no ar, cumpriram os seus deveres e executaram as suas missões. Em Goa, em Angola, em Moçambique, na Guiné, no Kosovo, em Timor ou no Iraque. Todos fizeram o seu esforço e ofereceram o seu sacrifício, seguindo determinações políticas superiores. As decisões foram, como deve ser, as do Estado português e do poder político do dia. Mas há sempre algo que ultrapassa esse poder. O sacrifício da vida implica algo mais que essa circunstância: é, para além das vicissitudes históricas e dos ciclos de vida política, a permanência do Estado. Os soldados cumprem as suas missões por diversos motivos. Por dever. Por convicção. Por obrigação inescapável. Por desempenho profissional. Por sentido patriótico, político ou moral. Só cada um, em sua consciência, conhece as razões verdadeiras. Mas há sempre um vínculo, invisível seja ele, que o liga aos outros, à comunidade local ou nacional, ao Estado. É sempre em nome dessa comunidade que o soldado combate. Na verdade, em todos os episódios de guerra referidos e noutros mais, há fenómenos de natureza diversa. Houve decisões políticas de carácter exclusivamente nacional, mas também houve actos de colaboração em missões multinacionais, como houve decisões estratégicas colectivas das alianças de que Portugal é membro. Também conhecemos decisões políticas tomadas em vários quadros: com e sem legitimidade democráticas, com e sem referenda parlamentar. E até, finalmente, situações em que o Parlamento fica aquém daquela que deveria ser a sua função. Com efeito, a Constituição e as leis não obrigam, infelizmente, a que as missões no estrangeiro sejam aprovadas pelo Parlamento. Apenas admitem o “acompanhamento do envolvimento” militar no estrangeiro, o que nem sempre é rigorosamente cumprido. A análise destas diferenças pode ser importante do ponto de vista político, histórico e intelectual. Mas, no plano do reconhecimento de um povo, do respeito devido e do esforço do soldado, essas distinções são secundárias ou inúteis. Foram, simplesmente, militares portugueses que tudo deram ou tudo arriscaram. É esse o reconhecimento devido. Um antigo combatente não pode nem deve ser tratado de colonialista, fascista, democrata ou revolucionário de acordo com conveniências ou interesses menores. A sua origem, a sua classe social, a sua etnia, as suas crenças ou a sua forma de vínculo às Forças Armadas são, a este propósito, indiferentes: foram, simplesmente, soldados portugueses. Pelo sacrifício, pela duração e pelas implicações políticas, as guerras do Ultramar foram evidentemente as que mais marcaram as gerações das últimas décadas. Mas, ao longo dos trinta anos de democracia e de compromissos internacionais, muitas centenas ou milhares de cidadãos portugueses estiveram presentes em teatros de guerra e em missões de protecção da paz ou de mediação. Novos sacrifícios foram feitos, vidas foram interrompidas, carreiras e famílias suspensas. Todos esses militares, os de Luanda ou do Líbano, os da Guiné ou da Bósnia, merecem o nosso respeito. São antigos combatentes. São Veteranos. São soldados que cumpriram os seus deveres e que, com excepção dos que tenham moralmente abusado das suas funções, merecem a nossa homenagem. Não há lugar, não deve haver lugar para diferenças entre esses Veteranos. Não há Veteranos melhores ou piores do que outros. Não há Veteranos que mereçam aplauso e Veteranos a quem se reserve o esquecimento. Não há Veteranos ou Antigos Combatentes fascistas ou democráticos, socialistas ou comunistas, reaccionários ou revolucionários. Não há Veteranos de antes ou de depois do 25 de Abril. Não há Antigos Combatentes milicianos ou de carreira ou contratados. Há Veteranos e Antigos Combatentes, ponto final! É o que nós lhes devemos. Nós, todos, os que fizeram ou não, os que concordaram ou não com as guerras, sem distinção de época, de governo ou de cor política. Portugal não trata bem os seus antigos combatentes, sobreviventes, feridos ou mortos. É certo que há, aqui e ali, expressão de gratidão ou respeito, numa unidade, numa autarquia, numa instituição, numa lei ou numa localidade. Mas, em termos gerais e permanentes, o esquecimento ou a indiferença são superiores. Sobretudo por omissão do Estado. Dos aspectos materiais aos familiares, passando pelos espirituais e políticos, o Estado cumpre mal o seu dever de respeito perante aqueles a quem tudo se exigiu. Em cada momento, em cada conflito, houve quem tivesse ideias diferentes e se opusesse à intervenção militar. Uns, mesmo nessas condições, cumpriram as ordens oficiais, outros recusaram-se. Por oportunidade, por convicção política, por uma interpretação diferente do interesse nacional, houve refracção e objecção. Em certos casos, pensava-se que as operações militares não tinham sido referendadas pelo povo soberano ou eram contrárias à ética e ao interesse nacional. Noutros casos, faltava o assentimento parlamentar. Aliás, o acompanhamento parlamentar do envolvimento militar é deficiente, apesar de estatuído pela Constituição. Houve soldados que combateram sob um regime autoritário, outros em regime democrático. Houve soldados que combateram integrados em forças nacionais, outros em forças aliadas ou internacionais. Como houve soldados que, de outras origens étnicas então e tendo hoje nacionalidade diferente, serviram nas Forças Armadas portuguesas. Em 1974, jovens militares decidiram derrubar o regime autoritário e dar uma oportunidade à democracia. Outros tentaram estabelecer um novo regime político que eventualmente limitaria as liberdades. Outros ainda ficaram independentes e equidistantes. Enquanto outros, finalmente, teriam preferido continuar sob o regime anterior. Prefiro os primeiros, os que ajudaram a fundar o Estado democrático. Mas, pelo sacrifício das suas vidas e pelo cumprimento dos seus deveres, respeito-os todos. Qualquer guerra ou envolvimento militar é controverso e suscita opiniões diversas e contraditórias. É assim no Afeganistão ou no Iraque. Foi assim no Ultramar. Como também na Flandres, nas Linhas de Torres ou em Aljubarrota. Essas divergências podem ser legítimas e compreensíveis. Traduzem ideias, interesses, convicções e doutrinas diferentes. Assim como versões diversas do interesse nacional. Mas isso não justifica a ausência de respeito por aqueles que combateram, que correram riscos, que ficaram feridos ou deram a sua vida. As diferenças de opinião e de crença não devem impedir de respeitar todos os que fizeram a guerra, com convicção ou por obediência ao poder político, desde que, evidentemente, o tenham feito sem abuso. Merecem as pensões que lhes são devidas. Merecem atenção e cuidado. Merecem um Dia do Combatente oficialmente estabelecido. Merecem que as suas associações sejam consideradas de utilidade pública. Merecem estar presentes nas cerimónias públicas e oficiais. Mas sobretudo merecem respeito. Os Portugueses são parcos em respeito pelos seus mortos e até o Estado não é muito explícito no cumprimento desse dever. Pois bem: está chegada a altura de eliminar as diferenças entre bons e maus soldados, entre Veteranos de nome e Veteranos anónimos, entre recordados e esquecidos. Pela Pátria ou pelo seu País, pelo Estado ou pela sua profissão, foi pela sua comunidade nacional que todos eles combateram e se sacrificaram. É possível que o comportamento do Estado, a atitude de políticos e os sentimentos de cidadãos para com os militares sejam determinados, em parte, pela avaliação que se faz do modo como deram ou retiraram apoio a certos dirigentes e a certas formas de regime. Não se nega o facto. Mas, perante o antigo combatente, recusa-se o juízo de valor. Aos Veteranos e antigos Combatentes que hoje estiveram connosco pela primeira vez, nada se lhes pede. Nada devem aos seus contemporâneos. Nós é que estamos em dívida para com eles. São o Estado e a sociedade que lhes devem algo. O que lhes pedimos hoje foi muito simples: aceitem a homenagem que o Estado e os Portugueses vos prestaram! Não estamos aqui a festejar a guerra, mas sim os soldados! E não há melhor dia, do que o Dia de Portugal, para o fazer.

Obrigado, António Barreto!
.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Nikita, a minha vizinha futebolista



Perco, quase todos os dias, alguns minutos a contemplar as "peladinhas" solitárias desta minha vizinha. Dá pelo nome de Nikita e, sempre que me vê assomar à janela, decide-se por me convencer dos seus dotes feutebolísticos. Ataca bem, defende melhor, dribla em corrida.....
Decididamente, ainda acaba a promissora carreira na cantera do Real Madrid!

Fera ciumenta?

Ainda não sei se vou votar, muito menos em quem o irei fazer na próxima eleição para a Presidência da República. Desta República bolorenta.... Nem é algo que me preocupe, a tantos meses de distância daquele acto cívico.
O que não impede de manifestar o repúdio pelo comentário, que reputo de ordinarice política, feito pelo Ministro da Economia ao apelo do actual PR para que os portugueses optassem por passar férias no nosso País.
Sabendo nós da importância do Turismo, enquanto indústria relevante do nosso tecido económico, é de todo compreensível, que o mais alto magistrado da Nação se preocupe em realçar as virtudes desse produto nacional. Na senda, aliás, de que os próprios governos vêm fazendo de há muito, através das campanhas publicitárias, do tipo "Vá para fora, cá dentro".
Vir um responsável da Economia deste Governo, como se o cargo lhe desse o exclusivo de abordar o tema, apoucar o apelo, ironizando com a vesga hipótese de os outros presidentes ou monarcas fazerem o mesmo (sabendo que todos o fazem), só pode ser entendido como afronta político partidária ao Presidente da República, o que não augura nada de bom para o que aí vem, ora que decidido está o apoio do PS a outro candidato.
Pouco edificante e mais preocupante, sabermos que tais arrufos e lutas políticas em nada beneficiam a recuperação económica em que todos se dizem empenhados. E a que o azedar das relações S.Bento/Belém não trazem qualquer contributo.
E, afinal, por algo de somenos importância, por uma banal sugestão que até este desajeitado escriba - que nunca teve qualquer interesse pessoal na área -, já havia proposto há mais de dois anos, no Vouguinha inicial:

domingo, 23 de Setembro de 2007

Tão perto....e tão longe....

Para além do rincão das Beiras, de Viseu a Lafões, e pouco mais, o Portugal que havia conhecido, quando, no final de 1974, "retornei" ao país onde nascera, era o dos mapas escolares, o dos rios e vias férreas, forçosamente decorados até à exaustão.
Tivera a dita de, 27 anos antes, haver despertado para a vida numa região de Natureza bela, em zona em que o vale abraça a serra, no verde serpentear do Vouga em ambiente rústico de sonho e algum romantismo.
A partir dos anos oitenta, condicionalismos de ordem profissional levaram-me a percorrer o País de lés a lés, do Minho ao Algarve, do Mar à Montanha. Por várias vezes, tive o ensejo de conhecer cidades, vilas, aldeias e os mais remotos lugarejos.
Tanto como as paisagens que me iam surpreendendo, conheci gentes da nossa gente e o palpitar do seu viver e sentir. Percebi.lhes a simbiose.
Conheci Portugal! Como se houvesse realizado uma nova Descoberta. Descobri um Portugal belo, com uma Natureza de contrastes e encantos próprios, descobri um segmento humano muito diversificado, mas pujante de vida.
Não sabem, em especial, muitos dos urbanos empedernidos, da riqueza ambiental que lhes fica tão perto, à distância dum correr de cortinas por abrir!
Não sabem aqueles esbanjadores de milhares -muitos, até se endividam -, que estão buscando bem longe o que poderiam desfrutar bem perto; que procuram desvendar o desconhecido em terras longínquas, sem ousarem conhecer o mistério e fascínio das terras que são suas.
Sem lamechice nacionalista, nem olhar o próprio umbigo. É a visão pragmática de quem teve a dita de conhecer os recantos do nosso Portugal e parte da premissa que a maioria dos seus compatriotas vira a última página do seu calendário de vida conhecendo a Tailândia, Cuba, Serra Nevada, Punta Cana........Marbella....., sem que houvesse conhecido os lugares belos, bem à sua porta, no seu próprio quintal.

Como os lamento!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Apaches & Rebeldes dos anos sessenta


Anos sessenta. A irreverência, o sonho, os anseios da juventude, consubstanciavam-se num amplo movimento de ideais de que a música era o suporte mediático. Era época em que os sons do twist e do Yé-Yé ecoavam por todo o Mundo.
Em Moçambique, onde a cultura musical era já bem fecunda, por tradição, iam chegando as ondas da Nova Vaga. Eram os tempos da calça à "boca de sino" e dos cabelos "à Beatle", dos convívios académicos, dos bailes de garagem e dos espectáculos nas Associações. As influências vinham de longe, através do cinema, da Rádio, da abundante produção discográfica já implantada naquele território, inexistentes que eram as estações televisivas.
Foi nesse contexto que na cidade da Beira, surgiram alguns grupos musicais que foram sendo conhecidos por todo o Moçambique, através do emissores regionais e da itinerância artística dos conjuntos musicais por cidades, vilas e povoações.
De entre eles, destacaram-se na terra dos chamuares "OS REBELDES" e "OS APACHES", com o testemunho vivo de muitos dos seus músicos e dos seus admiradores e fãs de há mais de quatro décadas.
Ei-los, ao som dos SHADOWS, cujas melodias foram uma das fontes de inspiração do seu repertório:


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Maio, Ponte e Tejo...






Mais uma perspectiva da ponte Vasco da Gama, lá do "alto" pela objectiva de Gente amiga.
Em 31/05/2010 cerca das 13:45.
Voo TAP TP 686 Lisboa - Luxemburgo
Airbus A 319 EUSEBIO

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Escola ou Armazém?


O Governo, pela voz da Ministra da Educação, anunciou o encerramento de 800 escolas até 2013. Ainda este ano, está previsto a desactivação de 500, o que, grosso modo, equivale ao "desenraizamento" de 15.000 crianças.
Sabemos que é mais uma medida economicista que, por comodismo e desprezo pelo Interior, afecta sempre os elos mais fracos, já por si os mais desprotegidos.
Estabelecer um limite mínimo de 21 alunos é privar centenas de povoações do "Portugal Profundo" dum dos mais valiosos pólos de atracção demográfica. Uma medida bem à imagem e na senda do polémico encerramento dos Centros de Saúde.
Mais do que um contra-senso, é remar no azimute inverso ao do esforço de muitas autarquias que lutam, até com incentivos pecuniários, à fixação dos "filhos da terra" no seu chão de origem.
É, mais uma vez, um sinal de afrontamento aos pequenos aglomerados onde há vida, mas não há votos, se considerarmos que esta medida não implicará o encerramento de escolas das zonas metropolitanas do Litoral.
Poupança, redução de custos, transparência nos gastos, será o que todos ambicionamos e compreendemos, depois dos desvarios a que este Estado tem sido sujeito nos últimos anos, mas há outros, inúmeros, imensuráveis desperdícios em organismos inúteis, onde devia incidir o corte na despesa.
Entre muitos, já tantas vezes enunciados nestas páginas, a começar pelos Governos Civis, Institutos inócuos, obscuras Fundações e outros cargos de penacho pagos a peso de ouro, que mais não são, na prática, do que tentáculos políticos dos partidos que nos vão governando.
Pior ainda, por prevermos que milhares de crianças serranas, como se já não bastasse o castigo da marca geográfica, serem diariamente desgarradas das suas terras para locais afastados do habitat familiar, para serem despejadas em armazéns educativos, tipo madrassas, com turmas desmesuradas onde um só mestre fala, poucos ouvem e quase nenhuns aprendem.
A continuarmos assim, contribuindo, com ou sem estratégia definida, para a desertificação do Interior, reduziremos a maior fatia de Portugal a campos sem alma, onde meia dúzia de idosos teimosos e resistentes acenarão, desiludidos, à passagem dos TGV para Espanha!