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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Escola ou Armazém?


O Governo, pela voz da Ministra da Educação, anunciou o encerramento de 800 escolas até 2013. Ainda este ano, está previsto a desactivação de 500, o que, grosso modo, equivale ao "desenraizamento" de 15.000 crianças.
Sabemos que é mais uma medida economicista que, por comodismo e desprezo pelo Interior, afecta sempre os elos mais fracos, já por si os mais desprotegidos.
Estabelecer um limite mínimo de 21 alunos é privar centenas de povoações do "Portugal Profundo" dum dos mais valiosos pólos de atracção demográfica. Uma medida bem à imagem e na senda do polémico encerramento dos Centros de Saúde.
Mais do que um contra-senso, é remar no azimute inverso ao do esforço de muitas autarquias que lutam, até com incentivos pecuniários, à fixação dos "filhos da terra" no seu chão de origem.
É, mais uma vez, um sinal de afrontamento aos pequenos aglomerados onde há vida, mas não há votos, se considerarmos que esta medida não implicará o encerramento de escolas das zonas metropolitanas do Litoral.
Poupança, redução de custos, transparência nos gastos, será o que todos ambicionamos e compreendemos, depois dos desvarios a que este Estado tem sido sujeito nos últimos anos, mas há outros, inúmeros, imensuráveis desperdícios em organismos inúteis, onde devia incidir o corte na despesa.
Entre muitos, já tantas vezes enunciados nestas páginas, a começar pelos Governos Civis, Institutos inócuos, obscuras Fundações e outros cargos de penacho pagos a peso de ouro, que mais não são, na prática, do que tentáculos políticos dos partidos que nos vão governando.
Pior ainda, por prevermos que milhares de crianças serranas, como se já não bastasse o castigo da marca geográfica, serem diariamente desgarradas das suas terras para locais afastados do habitat familiar, para serem despejadas em armazéns educativos, tipo madrassas, com turmas desmesuradas onde um só mestre fala, poucos ouvem e quase nenhuns aprendem.
A continuarmos assim, contribuindo, com ou sem estratégia definida, para a desertificação do Interior, reduziremos a maior fatia de Portugal a campos sem alma, onde meia dúzia de idosos teimosos e resistentes acenarão, desiludidos, à passagem dos TGV para Espanha!