O que não impede de manifestar o repúdio pelo comentário, que reputo de ordinarice política, feito pelo Ministro da Economia ao apelo do actual PR para que os portugueses optassem por passar férias no nosso País.
Sabendo nós da importância do Turismo, enquanto indústria relevante do nosso tecido económico, é de todo compreensível, que o mais alto magistrado da Nação se preocupe em realçar as virtudes desse produto nacional. Na senda, aliás, de que os próprios governos vêm fazendo de há muito, através das campanhas publicitárias, do tipo "Vá para fora, cá dentro".
Vir um responsável da Economia deste Governo, como se o cargo lhe desse o exclusivo de abordar o tema, apoucar o apelo, ironizando com a vesga hipótese de os outros presidentes ou monarcas fazerem o mesmo (sabendo que todos o fazem), só pode ser entendido como afronta político partidária ao Presidente da República, o que não augura nada de bom para o que aí vem, ora que decidido está o apoio do PS a outro candidato.
Pouco edificante e mais preocupante, sabermos que tais arrufos e lutas políticas em nada beneficiam a recuperação económica em que todos se dizem empenhados. E a que o azedar das relações S.Bento/Belém não trazem qualquer contributo.
E, afinal, por algo de somenos importância, por uma banal sugestão que até este desajeitado escriba - que nunca teve qualquer interesse pessoal na área -, já havia proposto há mais de dois anos, no Vouguinha inicial:
domingo, 23 de Setembro de 2007
Tão perto....e tão longe....
Tivera a dita de, 27 anos antes, haver despertado para a vida numa região de Natureza bela, em zona em que o vale abraça a serra, no verde serpentear do Vouga em ambiente rústico de sonho e algum romantismo.
A partir dos anos oitenta, condicionalismos de ordem profissional levaram-me a percorrer o País de lés a lés, do Minho ao Algarve, do Mar à Montanha. Por várias vezes, tive o ensejo de conhecer cidades, vilas, aldeias e os mais remotos lugarejos.
Tanto como as paisagens que me iam surpreendendo, conheci gentes da nossa gente e o palpitar do seu viver e sentir. Percebi.lhes a simbiose.
Conheci Portugal! Como se houvesse realizado uma nova Descoberta. Descobri um Portugal belo, com uma Natureza de contrastes e encantos próprios, descobri um segmento humano muito diversificado, mas pujante de vida.
Não sabem, em especial, muitos dos urbanos empedernidos, da riqueza ambiental que lhes fica tão perto, à distância dum correr de cortinas por abrir!
Não sabem aqueles esbanjadores de milhares -muitos, até se endividam -, que estão buscando bem longe o que poderiam desfrutar bem perto; que procuram desvendar o desconhecido em terras longínquas, sem ousarem conhecer o mistério e fascínio das terras que são suas.
Sem lamechice nacionalista, nem olhar o próprio umbigo. É a visão pragmática de quem teve a dita de conhecer os recantos do nosso Portugal e parte da premissa que a maioria dos seus compatriotas vira a última página do seu calendário de vida conhecendo a Tailândia, Cuba, Serra Nevada, Punta Cana........Marbella....., sem que houvesse conhecido os lugares belos, bem à sua porta, no seu próprio quintal.
Como os lamento!