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segunda-feira, 24 de junho de 2024

MELENCHONICES

 Isto, que se ouve da boca de alguns políticos de esquerda e seus apaniguados na C. Social, raia o ridículo e é mesmo só destinado a mentes muito fracas ou àqueles que papam tudo, até açorda azeda!

Só porque a Le Pen, a líder do partido que ganhou as eleições europeias em França, pediu créditos a Banco Russo há umas décadas atrás, mesmo que todos lhe ouçamos, de viva voz e em comícios para os seus militantes, de que está contra Putin e a favor da Ucrânia, a seita zarolha continua a conotá-la com Putin.
Vai daí, o que se ouve da boca das sumidades políticas canhestras e dos pontas de lança na CS? Que apoiam a União das Esquerdas em França, onde pontua um tal Jean-Luc Mélenchon, um esquerdista que defende a saída da NATO e é declaradamente pró-Putin!
Preciso de, vos quantificar a hipocrisia que fede na cabeça desses arautos, mais Sanchos Panças que D. Quixotes a lutarem contra os moinhos de vento que dizem ser a Extrema-Direita?
Ou seja, o partido da Le Pen, NÃO, que é de Extrema-Direita.
A União das Esquerdas "melonchonas", SIM, porque são a favor de Putin e contra a NATO e UCRÃNIA!👹


domingo, 23 de junho de 2024

O COMBÓIO CORREIO

 


Esta foto, que partilho de "Rui Loureiro-Vouguinha, amigos e saudosistas", datada de 1969, remete-me para uns anos antes, quando "pousava" a uns 200 m daquela estação.
O comboio das 12H10 era conhecido pelo comboio-correio. Além dos sacos de correspondência, viajava nele, desde décadas antes, um ardina que vendia o Primeiro de Janeiro. Saía da primeira carruagen, recebia os "oito tostões" do jornal e entrava na última composição, muitas das vezes, imitando o Carlos Lopes, em corrida para o comboio, já em andamento 😉
Em especial, aos Domingos, depois da missa matinal, juntavam-se dezenas de pessoas. O comboio fazia parte da festa domingueira e era por ele que chegavam e partiam familiares e amigos e se recebiam as notícias vindas de longe, com distribuição num Posto de Correios adstrito a uma loja de aldeia, onde se vendia de tudo, desde o copo de tinto até às cabedulas da moda 😉
Mas, o que recordo com mais graça era a recepção que lhe era feita, ainda o farrusco vinha a fumegar a uns quilómetros. A partir do adro da Igreja, um ponto elevado, esperava-se que ele despontasse para os lados da volta de Sainhas, já perto de Figueiredo das Donas. e lá surgia ele, no seu pouca-terra, pouca-terra, largando silvos e fumarolas. Era, então, o momento para que descêssemos até à estação a escassa dezenas de metros.
Eram os Mirage, os Boeing daquele tempo. Mas, que serviam muita população dispersa por todos os lugarejos, aldeias e vilas do Vale do Vouga, uniam regiões, famílias e prestavam um serviço que a modernidade ceifou e, não duvido, por muito tempo, até que as populações descobrissem novas alternativas, teve efeitos nefastos nas regiões que servia.
É bom recordar, com alguma saudade, num silvo a um Passado que nos recorda tempos jovens!!
Agora, o "Apita o Comboio" passou para os palcos musicais, que da locomotiva E124 nunca mais se ouviram os silvos ou apitos!!


SÃO JOÃO

São João, a noite é tua,
Como é tua a fresca Fonte,
Onde se espelha a Lua
E o bailarico defronte!
Dá às donzelas um dote
Que já saltam a fogueira
Arranja-lhes um rapazote
Que as ame a vida inteira.
E, aos rapazes da conquista,
Que te andem na cascata
Deixa-os lavar a vista,
Que vista bela não mata.
Vou terminar S. João
E não te dou mais trabalho,
Que já te ouço o refrão
- Vai-te.... embora, ó paspalho!
(Zinho Pemba)

domingo, 16 de junho de 2024

A MESMA PÍLULA

 Temos que dar o benefício da dúvida e mais algum tempo, mas, até agora, o que mudou?!

2023
De nada nos vale imitar a avestruz e ignorar o que se passa nos hospitais públicos. Não me vou alongar, apenas deixar algumas questões para reflexão, tendo em conta que o que importa nas nossas vidas são realidades e não quimeras ideológicas:
- Quem levou a que Hospitais em parcerias público-privadas, com um serviço unanimemente reconhecido como Bom, passassem para a exclusiva esfera pública, como, entre outros exemplos, o de Braga, Loures e Vila Franca de Xira? Não foram as forças políticas sócio-comunas, com a sua ideologia de esquerda bolivariana, os fautores do panorama cruel que aquelas unidades vivem na actualidade?
- Os profissionais de Saúde, e estou a pensar em médicos e enfermeiros, sujeitos de públicos louvores e encómios, repetidos até à exaustão, pelas altas esferas do Estado, durante os tempos mais devastadores da Pandemia, podem continuar com o mesmo denodo, depois de todo esse esforço e sem verem reconhecidas as suas jutas pretensões? Que não é de loas e bajulice que se alimentam e satisfazem as suas naturais e legítimas aspirações pessoais e profissionais?
A ideologia canhestra associada à incompetência não pode resultar em bons serviços públicos, por mais Propaganda, retórica fácil e brilho artificial de imagem que os responsáveis pela Coisa Pública cultivem.
Pior, ainda, quando os eleitos que nos representam numa Assembleia, que dizem representar os anseios dos cidadãos, estão, por força duma maioria absoluta conquistada por promessas falsas e a tal Propaganda avassaladora, se submetem aos dogmas e à vontade dum Governo que, nas primeiras impressões, se agarrou ao poder com o lema do Quero, Posso e Mando!

domingo, 2 de junho de 2024

O ANTÓNIO SERIA CHEGA

 Memórias de infância, num tempo em que até os comunistas tinham mais carácter que toda a "ganapada" política que aturamos, Hoje, no poder e em alterne!

HOJE, O ANTÓNIO VOTARIA CHEGA
Naquela época, a aldeia beirã onde nasci e onde, aos 13 anos, passava as férias escolares, em casa dos meus avós paternos, era um amontoado de casas de granito, envelhecidas e humildes, em que pontuavam três ou quatro solares e outras tantas casas de quinta, tudo rodeado de campos verdes, bem tratados e produtivos, onde a maioria dos habitantes mourejavam de sol a sol, para colherem da terra os frutos que eram o único sustento de pão e vestimenta de famílias, quase sempre, numerosas. Terminada que fora a época áurea do estanho e do volfrâmio, inexistentes que eram outras indústrias, que não fosse a padaria da terra, onde muitos compravam pão, em troca de farinha do seu suor, que as moedas escasseavam, era a terra e algum gado que nela apascentavam, os escassos meios de sobrevivência.
O destino de muitos jovens e menos jovens, sentindo que a agricultura já lhes não garantia futuro, foram tentando e abrindo horizontes que, para os mais afoitos, se desenhavam para lá das fronteiras e para os outros, a venda dos braços aos campos da orla do Tejo. A Igreja, e a sua Cripta com televisão, a Estação dos Vouguinhas, a loja "vende-tudo", que era, também, a dos Correios, para lá do velho edifício, onde os legionários se exercitavam aos Domingos, eram os pólos de convívio, onde se discutiam os títulos do "Primeiro de Janeiro", onde se falava do tempo, do preço da carne e do peixe, de mais um nascimento ou inesperada partida. E, onde, se selava o negócio duma junta de vacas lavradoras com um simples aperto de mão como sinal e a palavra de honra como adiantamento....
Chegado de Lisboa, acabara de desembarcar do comboio-correio um filho da terra a quem, pela capital, o fado aziago havia pregado uma cruel partida, ao decepar-lhe uma das pernas, ao nível do joelho. Homem de meia idade, já algo desenraizado da aldeia onde dera os primeiros passos, se era olhado por alguns com compaixão, outros encaravam-no com desconfiança, por lhe notarem um laconismo pouco habitual naquelas gentes com o coração junto à boca e palradores por natureza. Muitos diziam mesmo que o António falava pouco e, quando abria a boca, ninguém lhe entendia o que, em tom pejorativo, diziam ser "filosofia".
Com alguns tostões que amealhara, alugou uma pequena e velha casa, para alojar a família que, entretanto, havia constituído e de cujo elenco fazia já parte um rapazinho de meses. E, para espanto de quem lhe nunca conhecera tal arte, começou a cortar barbas e cabelos, na dependência única da sua moradia.
Foi, então, que os murmúrios que já perpassavam pelos ouvidos mais curiosos e metediços, formaram onda sonora e passaram a notícia adquirida: o António Barbeiro era comunista! Que ninguém o via na Igreja e que as conversas que desenvolvia com os que lhe confiavam o desbaste dos cabelos, eram a de um perigoso comunista, que regressara à terra para espalhar essa peste ou, até, preparar algum atentado contra a Igreja ou contra o quartel da Legião.
Por hábito, o meu corte de cabelo era feito na cidade onde, então, estudava e passava o tempo escolar. Mas estava de férias e os cabelos demasiado compridos, não eram bem aceites na comunidade, nem bem vistos pelos meus saudosos avós. E fui à casa do Senhor António. Educado, arrastando a muleta pelo chão de madeira, por baixo do qual dormiam os galináceos, que ele dizia serem para a canjinha do pimpolho, chegou um tosco banquinho de madeira para junto da única janela, o único canto da casa que permitia alguma luz do dia. E, depois de meter mãos à obra, à minha jovem e forte grenha ruça, que já levara a minha avó a chamar-me de alemão - desconhecendo, até hoje, se ela, alguma vez vira algum -, com voz pausada, discorrendo ao agitar das tesouras, lá foi o homem, num misto de doloroso queixume e de relato de factos, asseverando-me que a vida das pessoas podia e devia ser outra, que havia tido alguma esperança na candidatura de Humberto Delgado, uns anos antes. Que, até, os meus pais poderiam ter evitado ir para África, se houvesse desenvolvimento, se o país se industrializasse e, já quase no final do trabalho, que lhe não era fácil pela deficiência física, incentivou-me a estudar. Tudo, pausadamente, sem mudanças de humor ou ameaças revolucionárias, muito menos, alusão a qualquer organização política.
Tive, após sair da casa do António, a convicção de que, por detrás de toda aquela humildade e, há que reconhecê-lo, muita carência material, estava um homem cujo espírito as circunstâncias da vida haviam, de algum modo, cultivado e aberto horizontes de pensamento.
Não poucas vezes, a partir daquele corte de cabelo, sempre que o António Barbeiro era invectivado e acusado de "comunista", por uns, ou "revolucionário" por outros, havendo mesmo quem entendesse que o homem devia ser banido da aldeia, quase chegava a vias de facto, com os seus mais mordazes delatores. E, não servia de grande coisa, o esforço que fazia ao tentar explicar que ele apenas dizia o que lhe ia na alma e achava por bem para si e para os demais e que não fazia parte de organização nenhuma. Que bem bastava o seu infortúnio, por ser deficiente.
O meu afastamento, mais tarde, por longos espaços da aldeia, nem em vida ou depois de se finar, nunca me permitiu saber se o António Barbeiro tinha alguma filiação partidária, também nunca o questionei e só o evoquei como "motor de arranque" para a viagem, essa, sim, mais actual que ora vou empreender e que acabo de rodar numa outra plataforma da net.
Nos tempos da "Outra Senhora", todo aquele que ousasse ter opinião isenta, pugnasse pela Verdade e criticasse algum aspecto da situação política então vivida, era, de imediato, apodado de um de dois cognomes: na boca dos "amigos" era um "revolucionário"; na boca dos "desconhecidos", não passava dum "perigoso comunista".
Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Hoje, todo aquele que ousar, socorrer-se do seu Pensamento livre, procurando opinar com isenção, criticando situações criadas pela auto proclamada Esquerda, tem um de dois mimos garantidos: na boca de desconhecidos, é um "fascista", "nazi"....; na boca de "amigos", não passa dum "laranjinha" ou da Extrema-Direita! 😉
Sempre ouvi que os extremos se tocam. Como já diziam os cartazes que o Cherne Barroso e seus amigos colavam pelas paredes "nem fascismo, nem social-fascismo".Hoje, sou levado a crer, e a surpreender-me, de como tão iguais são, os, então, adoradores da "outra Senhora" e os apóstolos vermelhos da Esquerda saída da toca, e na Ribalta, graças ao 25 de Abril.
Por mim, como já cantou o António Gedeão, não gosto que me cortem a raiz do pensamento, me tentem modelar a opinião, ou que tentem impingir que só um sector ideológico é dono da Verdade e da Razão. Não gosto que me "controlem" e já estou velho de mais para ser doutrinado. Prefiro passar para o lado etéreo convencido de que me esforcei por ser, intelectualmente, justo, do que carregar na mente o estilete de vender a alma por um punhado de ideias feitas, mesmo que seja a moda do momento e recolha os aplausos pelo "politicamente correcto"!...
Mais, ainda: quem não gostar do estilo, do corte, dos fatos com que tento preencher a minha montra, que nem se dê ao trabalho de procurar o preço. Simplesmente, não compre. E, já agora, se vá embora sem partir a montra!
Descansa em Paz, amigo António! Que, se vivesses neste tempo, não duvido, eras apoiante do CHEGA!.