A COUTADA DOS FAISÕES
Trave mestra da propaganda eleitoral dos socialistas nas Legislativas de Setembro, o compromisso, alardeado até à exaustão "comicieira", de não haver subida de impostos, desabou com o caruncho de tantas satânicas juras e vãs promessas, já gasto engodo de pesca-votos!
Ele aí está, o aumento de impostos, encapotado em falsas medidas populistas de justiça contributiva.
Sob o manto diáfano duma sonsa nebulosa, em que nos querem fazer crer que é dos que mais ganham o esforço para o combate à Crise. Como se corporizassem o velho refrão do PREC "os ricos que paguem a crise!"...
Crise que, sendo culpa e desculpa para tudo, não é, desta vez, o bode expiatório do agravamento fiscal. O Governo inculca, agora, num corpo estranho que emergiu, inesperadamente, do mar revolto da sua ignorância. E que só veio à superfície, com dimensões assustadoras, quando os actuais responsáveis pelas finanças deste País se viram na contingência de abrirem o jogo para a discussão do Orçamento para 2010.
Esse monstro que, até ao início deste ano, eles próprios diziam desconhecer, refugiando-se no erro de previsão, e que dá pelo nome de DÉFICIT.
O que não deixa de ser anedótico é o Governo, tomando-nos por um bando de imbecis, nos acenar com a cínica bandeira, desfraldada com grandes pompas televisivas, que está no esforço dos 30.000 contribuintes ricos que auferem mais de € 150.000 anuais, e terão num aumento médio dos seus impostos de € 700 por "cabeça", a solução do problema!
De tão ridícula esta acepção, publicitada como cartaz principal do recente menu fiscal , chega a ser insultuoso fazer crer os portugueses que as classes menos privilegiadas não serão as mais atingidas por este PEC, esse assustador pacote de medidas gerado e parido pelos anos de incompetência e autismo político de quem gere os dinheiros públicos.
Não somos todos estultos, ao ponto de não entendermos que o corte nas deduções é, em si mesmo, também, um aumento de impostos, para os que menos recebem, pensionistas incluídos!
Se querem dar um sinal de sério empenhamento, de exemplos credíveis, que reflictam, de forma séria e corajosa, a propósito dos muitos milhões que gastam, em ritmo diário, com o formigueiro de assessores e agentes de comunicação que cirandam pelos corredores ministeriais; com os gestores públicos colhidos no seu alfobre partidário; com os institutos de duvidosa utilidade; com os subsídios a fundações sem préstimo visível, de que é exemplo a que tem por nome o seu primeiro Presidente...e tantos outros estapafúrdios desperdícios!
Que, entretanto, aproveitem os intervalos da Propaganda, da Informação e Contra-Informação, para se retratarem da fanfarronice dos anúncios dos mais altos responsáveis deste Governo, do tipo "a crise acabou!"; "saímos da recessão, fomos os últimos a entrar na Crise e os primeiros a sair dela!"; "estamos a crescer, a caminho da retoma!", enquanto raiavam o insulto ao acusarem de "negativistas" avisadas figuras do espectro económico que contrariavam esta visão idílica da Alice, a tal do País das Maravilhas!
Todos teremos, mais uma,entre tantas vezes nos consulados da rosa, que contribuir para ultrapassar este momento financeiro difícil que o País vive, - e de que quem governa terá a culpa maior -, do que não nos podemos alhear, mas exige-se , de uma vez por todas, um esforço de recuperação de vergonha e se passe a falar verdade aos portugueses.
E que quem gere os destinos deste País tome recato e tino, deixando de encarar os contribuintes como um rebanho de ovelhas que, para além de esfaimadas, querem fazer estúpidas e ingénuas! Mesmo que nele incluam os tais "boys" Presidentes das Freguesias, eleitos pelas populações locais, e que o Ministro das Finanças ousou, com frase que roça o insulto e é ordinária e parola calinada, confundir com os faisões da sua coutada de caça socialista, onde aquele governante porfia, e vem demonstrando especial apetência, por sacrificar a caça menor!