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sábado, 10 de julho de 2010

As sondagens da raiva


Sem que tenha vestida qualquer camisola rosa ou laranja, muito menos sendo paladino de qualquer dos dois exércitos políticos que se vão gladiando nas arenas do poder, não deixei de me surpreender pela forma virulenta com que o Primeiro Ministro e, sobretudo, o seu vice Silva Pereira, atacaram Passos Coelho, o líder do maior partido da oposição, pelas suas declarações em Espanha a propósito do negócio PT/Telefónica.
Não me detendo em considerandos sobre a legitimidade da "Golden Share" de que o governo se serviu para inviabilizar a venda da Vivo, aprovada pela maioria dos accionistas da PT, decisão que, adianto já, não terá passado de uma manifesta cavalgada de pseudo-nacionalismo (que colhe bem num Povo cioso do que pensa ser seu), passo à "cartada" de mais um "caso" que só pode ter sido fabricado para iludir os menos atentos e distrair-nos dos reais problemas do País, os que, realmente, nos preocupam.
Desde "vergonha" a outra farta e forte adjectivação, ambos os responsáveis invectivaram o chefe laranja, acusando-o de não defender os interesses nacionais.
Sabendo que este emitiu, logo após a decisão do Governo, exactamente a mesma opinião que proferiu em Espanha, interrogo-me se a hipocrisia política, de que alguns usam e abusam, obrigaria Passos Coelho a vender uma ideia em Portugal e o seu contrário em Espanha!
Por mim, não duvido, foi fraca a arma utilizada pelos socialistas contra o seu rival partidário, na sua já estafada cruzada de vitimização, que já pensava - eu e, provavelmente,muitos outros -, ter sido abandonada pelo partido da rosa.
E que ora, pelo que li nos jornais e ouvi nas televisões, parece regressar em força, como sendo o último recurso duma fera enjaulada pelas próprias trapalhadas, aturdida pelas sondagens que têm vindo a público.
É que, de facto,o que vi e ouvi de Passos Coelho, não justifica mais uma jogada de conflitos e confrontos partidários, como se o homem tivesse traído a Pátria, conspirado contra a Nação, insultasse os seus mais altos eleitos ou andasse pela "estranja" a arrastar ou a pisar a bandeira nacional!...
O desespero de se sentir escapar o poder num horizonte próximo, leva muitos dirigentes políticos - em especial, os que só disso vivem -, ao desespero, à baixa política, em que nos tentam envolver, cativando a alma dos potenciais eleitores.....
Mesmo aqueles que, eventualmente, nunca tenham feito nada na vida, para além da sua carreira política, ora desempenham cargos governamentais e já tenham "apalavrado" o seu futuro nas Administrações de Empresas Públicas ou Privadas...

Malditas sondagens!