Os cortes salariais, tal como foram estipulados, afectavam todos os trabalhadores do Estado.
As anunciadas excepções não auguram nada de positivo e amputam as medidas governamentais de sentido de justiça na distribuição dos sacrifícios, por mais que reconheçamos serem necessários.
Tratar a TAP e os seus trabalhadores, já por si remunerados muito acima da média nacional, como se esta empresa fosse um enclave ( e, pela mesma via, a CGD um principado), em território que é de todos nós, denota fraqueza e falta de convicção nas decisões de quem governa.
Um Executivo que, temendo o poder reivindicativo de um sector, cede, em detrimento dos demais "serventuários" públicos, menos belicosos na Praça Pública, dificilmente se afirmará perante o todo nacional.
Isso preocupa-me, e preocupará quem, sofrendo com as medidas restritivas, compreende da necessidade de tudo fazermos para que Portugal volte a ser um país viável.
Não tardará, voltaremos a ver este Governo ter "à perna" outros grupos, também eles privilegiados, no todo nacional, em especial o dos transportes, com os "pilotos" dos comboios "à cabeça".
Só os, talvez injustamente, denominados "mangas de alpaca" aguentarão, sofridos mas submissos, a revolta por estes tratamentos desiguais.
Não é inveja nacional, é sabermos que Portugal precisa de nós, mas de todos. Nos bons e nos maus momentos!