Nada que os mais maduros não tenham no arquivo da memória! Há algumas décadas, muitas, na aldeia onde nasci, que dista poucos quilómetros da EN 2, numa média de uma ou duas vezes por mês, depois dum toque de corneta, parava uma carroça, puxada por jumento. Nela vinha, ao que ouvia os mais velhos, um "almocreve" ou "azeiteiro", que vendia , para lá do azeite, petróleo, barras de sabão azul, bacalhau e toda a panóplia de produtos culinários e algumas bugigangas, que as donas de casa se apressavam a comprar.
Nesta Era da Modernidade, já não há, e poucos lembram, almocreves ou azeiteiros a circularem com as suas carroças puxadas a cavalo, pela EN2, que no dizer dos próprios, iam de Chaves ao Algarve.
Tempos Novos, em que os novos vendedores em circulação pela EN 2, se deslocam em carros alemães, mesmo que puxados por muitos cavalos,e que não vendem azeite, petróleo ou sabão mainato, em vez do toque das cornetas, tocam as buzinas das montras mediáticas que os apoiam.
Mas, a diferença substancial, entre uns e outros, é que, não vendendo os produtos de consumo de que as populações necessitavam e necessitam, vendem, ao desbarato, ao preço duma cruzinha, ilusões, falsas pomessas e propaganda em salmoura há mais de 50 anos!
