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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lá vão, cantando e rindo, os comissários...


... políticos junto dos Distritos, a quem se teima denominar de Governadores Civis!...
Já por qui deixei expresso, e reafirmo, que nunca estive, não estou, nem penso vir a estar filiado ou enfeudado a qualquer força política, no actual espectro partidário. Por outro lado, não deixo de ser um cidadão atento e interessado na causa pública sem encarar os partidos como clubes de futebol....a quem se jura amor eterno!
Hoje, numa primeira abordagem ao Programa Eleitoral do PSD, deparei-me com um propósito: a extinção do cargo de Governadores Civil. Bati intimas palmas de concordância e lembrei-me do exaustivo zurzir nas teclas em torno deste tema e da inocuidade daquele cargo público, o tal do penacho, e de que trago aqui um dos testemunhos. Congratulo-me, se por mais não for, por saber que não sou criador de pensamento único:



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Penacho sem mérito

Enquanto o homem dos cornichos, ao que parece, e por enquanto, se vai contentando com uns "janterecos" de homenagem e placa em avenida, não enferrujarem as peças substituídas no motor da máquina socialista. Muitas das pétalas da rosa já viram premiada a sua submissa dedicação ao perfume do Rato, por mais que haja murchado a sua prestação no executivo. Desde a controversa ex-ministra da Educação, nomeada pelo actual governo para o cargo de Presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, até ao fiel ex-secretário de estado adjunto do primeiro ministro, Filipe Baptista, nomeado pelo executivo para o Conselho de Administração da ANACOM, são muitos os membros do governo de má memória que se vão desfilando na passadeira rosa que lhes é estendida para que continue a brilhar a sua estrela, nesta constelação de interesses e obscuros prémios.
O que, sendo já hábito antigo e prato habitual da culinária do Poder, até não surpreenderá, nem será forte motivo de indigestão nacional, tão adestrados já estão os estômagos dos portugueses à fruta bichada!
Já não entendo, estranho e repudio, e considero ser desconchavo governamental, com indelével marca de prémio partidário, - o que é, na prática, um insulto aos cidadãos votantes - é que figuras rejeitadas nas urnas, em voto livre, numa democracia que tem na génese do nome a vontade do povo, serem guindadas (algumas, nas regiões onde lhes não foi, por aquele meio, reconhecido mérito) aos cargos de Governadores Civis.
Foi assim com José Mota, que, derrotado nas autárquicas, é Governador Civil de Aveiro; com António Galamba e com Isilda Gomes, que, não sendo tendo sido eleitos deputados, são Governadores Civis de Lisboa e Faro; com Sónia Sanfona, que, rejeitada pelos escalabitanos nas autárquicas, é a Governadora Civil de Santarém; com Marcos Perestrello que, perdendo as autárquicas em Oeiras, é secretário de Estado da Defesa e foi assim com o candidato que apostou tudo para destronar Fernando Ruas da Câmara de Viseu e, não tendo conseguido o seu propósito, se viu premiado com o cargo de Governador Civil das terras de Viriato!
Valha a verdade que, como sempre opinei, o cargo de governador civil não passa de um lustroso e inútil penacho, sem funções que se afigurem suficientemente proveitosas para as populações locais. Um penacho dispendioso que não deixa de engrossar o leque de instituições públicas (muitos institutos, fundações....) de pouca ou nenhuma utilidade, que não seja o nefasto contributo para o agravamento das contas dum Estado na penúria.
Ainda assim, cabe voltar a questionar onde está o mérito de figuras a quem o povo não conferiu confiança e são, sem que a sua vontade o expresse, guindadas a altos cargos do Estado com as gruas das máquinas partidárias, de que não passam, na opinião de muitos, de meros comissários políticos.
É penacho. Mas, até para o penacho tem que haver algum mérito!