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terça-feira, 14 de outubro de 2014

PEDRAS E TELHADOS

Estas situações imprevistas, sobretudo quando não provocam vítimas pessoais, prestam-se à tendência inata que os portugueses têm para o humor. E, há que exercitá-lo, que bem necessitados andam os nossos fígados, com tanta acidez no fel!
Já nunca me agradaram os aproveitamentos políticos das calamidades em que a maior das culpas só pode ser assacada à inclemência e inconstância da Natureza!
As inundações em Lisboa, sobretudo as duas últimas, para lá dos prejuízos materiais, dos incómodos dos alfacinhas e visitantes, não passaram disso mesmo.
Ainda assim, os serviços municipais, ao que se ouve do cidadão na rua, deviam ter, em tempo oportuno, prestado mais atenção e estudar formas de reduzir o impacto destes fenómenos em determinados locais da cidade, pela frequência das inundações. 
Mas, não vou por aí. Cinjo-me à explicação que o Presidente da Câmara deu para a primeira ocorrência deste ano: Maré alta.
Desta feita, ainda antes de o ouvir repetir a explicação, já, pelo menos a estação televisiva "aconstrançada" avançava com o alibi. Que, sim, que foi, mais uma vez, a maré alta. Em que até poderei acreditar, que aquela espécie de peixes a darem á barbatana pelas artérias da capital, não teriam ganhado asas, nem eram dos conhecidos peixes-voadores!
Só que, o facto de não aparecerem, em "bicha de pirilau", ilustres membros de partidos adversos ao do senhor Presidente, pelas televisões e rádios, a assacarem todas as culpas em Costa, acusando-o de meter água, me trouxe à lembrança, a calamidade de alguns anos na Ilha da Madeira. É que ainda me ressoam nos ouvidos as palavras acusatórias, os dedos em riste, a responsabilização impiedosa de Jardim - que não estou, aqui, a desculpabilizar de eventuais falhas, que as terá tido-, pelo sinistro, quando ainda havia vítimas a serem resgatadas das águas e dos escombros. Em plenas televisões, alto e bom som.... AQUI
Voltamos à velha e gasta premissa dos "telhados de vidro".
E, registamos, quem tem mais mão ligeira para atirar pedras, mesmo que tenha os telhados todos esburacados. Provavelmente com a mãozinha amiga e o habitual diapasão de alguns órgãos da comunicação social.
Se o pão deve ser repartido por quem precisa, as culpas terão que ser repartidas pelos que as merecem e na dose que lhes pertença!
Que, no caso da Madeira, registei a par do aproveitamento político, no meu ver,  execrável, de alguns, o comportamento que elogiei, sem favor, do então Primeiro-Ministro. Esse mesmo, a quem não perdoei desmandos doutra natureza!