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segunda-feira, 23 de junho de 2025

S. JOÃO DO NORTE

 


São João, a noite é tua,

Como é tua a fresca Fonte,
Onde se espelha a Lua
E o bailarico defronte!
Dá às donzelas um dote
Que já saltam a fogueira
Arranja-lhes um rapazote
Que as ame a vida inteira.
E, aos rapazes da conquista,
Que te andem na cascata
Deixa-os lavar a vista,
Que vista bela não mata.
Vou terminar S. João
E não te dou mais trabalho,
Que já te ouço o refrão
- Vai-te.... embora, ó paspalho!
Pensavam que me esquecia
não pensem dessa maneira
que hoje é o vosso dia
de saltarem a fogueira
Cuidado com os folguedos
que haja moderação
guardem os vossos segredos
do malandro S.João.
E mais logo à noitinha
bebam água da cascata
não abusem da caipirinha
que vá pró raio que a parta! 😂
Vouguinha

sexta-feira, 20 de junho de 2025

UM BOM VERÃO!

 Para todos os que vão passando pelas margens deste Vouguinha, votos dum Verão agradável!



quarta-feira, 11 de junho de 2025

PUROS

 PUROS?!

Já alguém tinha ouvido tal?
Puros são todos os que amam e respeitam Portugal, independentemente da côr da pele, os que respeitam as nossas Leis e sentem orgulho em serem portugueses.
Interessa-me lá se os meus antecessores mais remotos eram romanos, fenícios, celtas, gauleses, cartagineses, ou netos do Viriato! O que importa mesmo é que sou português, tenho orgulho nisso e respeito e admiro a nossa História e o legado que nos foi deixado.
Os factos de ha 500 anos, têm que ser vistos e compreendidos à luz daqueles tempos e não com os olhos do Presente, muito menos com lentes de traição ou ingratidão. Se houver Mundo, daqui a 500 anos, os que por cá andarão, também nos verão como fautores de bons e maus feitos! Condenável e pouco avisado é tentar desculpar os erros do Presente, que a maioria vai reconhecendo, e, omitindo o que de positivo lhes coube, invocando o que os nossos antepassados terão feito de errado, à luz do entendimento da actualidade! Eu sinto orgulho em ser português e respeito as memórias do nosso Passado! E, já agora, terá sido esta a escrever o discurso de Lídia Jorge?!


segunda-feira, 2 de junho de 2025

O ANTÓNIO E O CHEGA!

 HOJE, O ANTÓNIO VOTARIA CHEGA

Naquela época, a aldeia beirã onde nasci e onde, aos 13 anos, passava as férias escolares, em casa dos meus avós paternos, era um amontoado de casas de granito, envelhecidas e humildes, onde pontuavam três ou quatro solares e outras tantas casas de quinta, tudo rodeado de campos verdes, bem tratados e produtivos, onde a maioria dos habitantes mourejavam de sol a sol, para colherem da terra os frutos que eram o único sustento de pão e vestimenta de famílias, quase sempre, numerosas. Terminada que fora a época áurea do estanho e do volfrâmio, inexistentes que eram outras indústrias, que não fosse a padaria da terra, onde muitos compravam pão, em troca de farinha do seu suor, que as moedas escasseavam, era a terra e algum gado que nela apascentavam, os escassos meios de sobrevivência.
O destino de muitos jovens e menos jovens, sentindo que a agricultura já lhes não garantia futuro, foram tentando e abrindo horizontes que, para os mais afoitos, se desenhavam para lá das fronteiras e para os outros, a venda dos braços aos campos da orla do Tejo.
A Igreja, e a sua Cripta com televisão, a Estação dos Vouguinhas, a loja "vende-tudo", que era, também, a dos Correios, para lá do velho edifício, onde os legionários se exercitavam aos Domingos, eram os pólos de convívio, onde se discutiam os títulos do "Primeiro de Janeiro", onde se falava do tempo, do preço da carne e do peixe, de mais um nascimento ou inesperada partida. E, onde, se selava o negócio duma junta de vacas lavradoras com um simples aperto de mão como sinal e a palavra de honra como adiantamento....
Chegado de Lisboa, acabara de desembarcar do comboio-correio um filho da terra a quem, pela capital, o fado aziago havia pregado uma cruel partida, ao decepar-lhe uma das pernas, ao nível do joelho. Homem de meia idade, já algo desenraizado da aldeia onde dera os primeiros passos, se era olhado por alguns com compaixão, outros encaravam-no com desconfiança, por lhe notarem um laconismo pouco habitual naquelas gentes com o coração junto à boca e palradores por natureza. Muitos diziam mesmo que o António falava pouco e, quando abria a boca, ninguém lhe entendia o que, em tom pejorativo, diziam ser "filosofia".
Com alguns tostões que amealhara, alugou uma pequena e velha casa, para alojar a família que, entretanto, havia constituído e de cujo elenco fazia já parte um rapazinho de meses. E, para espanto de quem lhe nunca conhecera tal arte, começou a cortar barbas e cabelos, na dependência única da sua moradia.
Foi, então, que os murmúrios que já perpassavam pelos ouvidos mais curiosos e metediços, formaram onda sonora e passaram a notícia adquirida: o António Barbeiro era comunista! Que ninguém o via na Igreja e que as conversas que desenvolvia com os que lhe confiavam o desbaste dos cabelos, eram a de um perigoso comunista, que regressara à terra para espalhar essa peste ou, até, preparar algum atentado contra a Igreja ou contra o quartel da Legião.
Por hábito, o meu corte de cabelo era feito na cidade onde, então, estudava e passava o tempo escolar. Mas estava de férias e os cabelos demasiado compridos, não eram bem aceites na comunidade, nem bem vistos pelos meus saudosos avós. E fui à casa do Senhor António. Educado, arrastando a muleta pelo chão de madeira, por baixo do qual dormiam os galináceos, que ele dizia serem para a canjinha do pimpolho, chegou um tosco banquinho de madeira para junto da única janela, o único canto da casa que permitia alguma luz do dia. E, depois de meter mãos à obra, à minha jovem e forte grenha ruça, que já levara a minha avó a chamar-me de alemão - desconhecendo, até hoje, se ela, alguma vez vira algum -, com voz pausada, discorrendo ao agitar das tesouras, lá foi o homem, num misto de doloroso queixume e de relato de factos, asseverando-me que a vida das pessoas podia e devia ser outra, que havia tido alguma esperança na candidatura de Humberto Delgado, uns anos antes. Que, até, os meus pais poderiam ter evitado ir para África, se houvesse desenvolvimento, se o país se industrializasse e, já quase no final do trabalho, que lhe não era fácil pela deficiência física, incentivou-me a estudar. Tudo, pausadamente, sem mudanças de humor ou ameaças revolucionárias, muito menos, alusão a qualquer organização política.
Tive, após sair da casa do António, a convicção de que, por detrás de toda aquela humildade e, há que reconhecê-lo, muita carência material, estava um homem cujo espírito as circunstâncias da vida haviam, de algum modo, cultivado e aberto horizontes de pensamento.
Não poucas vezes, a partir daquele corte de cabelo, sempre que o António Barbeiro era invectivado e acusado de "comunista", por uns, ou "revolucionário" por outros, havendo mesmo quem entendesse que o homem devia ser banido da aldeia, quase chegava a vias de facto, com os seus mais mordazes delatores. E, não servia de grande coisa, o esforço que fazia ao tentar explicar que ele apenas dizia o que lhe ia na alma e achava por bem para si e para os demais e que não fazia parte de organização nenhuma. Que bem bastava o seu infortúnio, por ser deficiente.
O meu afastamento, mais tarde, por longos espaços da aldeia, nem em vida ou depois de se finar, nunca me permitiu saber se o António Barbeiro tinha alguma filiação partidária, também nunca o questionei e só o evoquei como "motor de arranque" para a viagem, essa, sim, mais actual que ora vou empreender e que acabo de rodar no meu mural do Facebook.
Nos tempos da "Outra Senhora", todo aquele que ousasse ter opinião isenta, pugnasse pela Verdade e criticasse algum aspecto da situação política então vivida, era, de imediato, apodado de um de dois cognomes: na boca dos "amigos" era um "revolucionário"; na boca dos "desconhecidos", não passava dum "perigoso comunista".
Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Hoje, todo aquele que ousar, socorrer-se do seu Pensamento livre, procurando opinar com isenção, criticando situações criadas pela auto proclamada Esquerda, tem um de dois mimos garantidos: na boca de desconhecidos, é um "fascista", "nazi"....; na boca de "amigos", não passa dum "laranjinha" ou da Extrema-Direita! 😉
Sempre ouvi que os extremos se tocam. Como já diziam os cartazes que o Cherne Barroso e seus amigos colavam pelas paredes "nem fascismo, nem social-fascismo".Hoje, sou levado a crer, e a surpreender-me, de como tão iguais são, os, então, adoradores da "outra Senhora" e os apóstolos vermelhos da Esquerda saída da toca, e na Ribalta, graças ao 25 de Abril.
Por mim, como já cantou o António Gedeão, não gosto que me cortem a raiz do pensamento, me tentem modelar a opinião, ou que tentem impingir que só um sector ideológico é dono da Verdade e da Razão. Não gosto que me "controlem" e já estou velho de mais para ser doutrinado. Prefiro passar para o lado etéreo convencido de que me esforcei por ser, intelectualmente, justo, do que carregar na mente o estilete de vender a alma por um punhado de ideias feitas, mesmo que seja a moda do momento e recolha os aplausos pelo "politicamente correcto"!...
Mais, ainda: quem não gostar do estilo, do corte, dos fatos com que tento preencher a minha montra, que nem se dê ao trabalho de procurar o preço. Simplesmente, não compre. E, já agora, se vá embora sem partir a montra!
Descansa em Paz, amigo António! Que, se vivesses neste tempo, não duvido, eras apoiante do CHEGA!

domingo, 1 de junho de 2025

O CHAPÉU DO TIO SAM

 Se os órgãos da União Europeia, ao invés de andarem sempre a inventar causas fracturantes, em busca de caminhos para a Censura ou limites abusivos à Liberdade de Expressão, em imporem um Centrão Político Europeu, em intromissões abusivas nos valores, usos e costumes, de cada Povo que a integra, tivessem cuidado, atempadamente, das condições e meios para a Defesa do seu espaço territorial, não estariámos tão preocupados com o hipotético pendurar, no bengaleiro da História, do chapéu do "paizinho" Tio Sam!

quinta-feira, 22 de maio de 2025

OS MENOS INSTRUÍDOS

 Eu sou do Centro/Norte e tenho muito orgulho nisso. Ainda me lembro de como reagi mal a um programa da tvi e a um intelectual escriba que afinou pelo mesmo diapasão:

"A TVI pediu desculpas aos nortenhos por uma reportagem no Jornal das 8 em que se associava a maior incidência de casos de COVID-19 no Norte do país à população "menos educada" e "mais pobre". A direção da TVI considerou o texto como um erro grosseiro e lamentou a sua emissão. "
Agora, que o Chega ganhou, sobretudo no Sul, mesmo com alguma penetração no Norte, mas menor, os meus amigos nâo se surpreendam por virem estudos sociológicos defender que, afinal, os "menos educados" e "pobres" são os do Sul.
Por mim, não faço essas distinções e enoja-me que se sirvam destes artifícios para apoucarem o voto livre dos portugueses! A "bolha iluminada" pelas luzes duma Minerva vermelha é que vem para as montras mediáticas dizer que os votantes do Chega não são instruídos. Por mim, até tenho receio de ser fulminado com os raios do Saber desses astros ou raios fulminantes!
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sábado, 17 de maio de 2025

segunda-feira, 12 de maio de 2025

DIA INTERNACIONAL DA ENFERMAGEM

 Os parabéns a esta Classe Profissional, por vezes, tão maltratada e esquecida e que presta um inestimável Serviço a toda a nossa Sociedade! OBRIGADO!


domingo, 11 de maio de 2025

BRASIL-DIA DA MÃE



Uma Balada bem Portuguesa que o Vouguinha dedica a todas as MÃES brasileiras!

IMIGRAÇÃO RESPONSÁVEL



Ele AVISOU, em 2017.
Ninguém o ouviu. Nem o PS, nem o próprio PSD, a crer na postura da actal
AD, com o que denomina de "novos portugueses".
Ouviu-o o CHEGA, que não sendo liminarmente contra a Imigração, defende 
acolher apenas os imigrantes necessários, por quotas, e que venham mesmo para trabalhar. E que, de preferência, não divirjam muito da nossa Cultura e tenham facilidade em dominar a nossa Lingua.
Não é o que se tem passado, com as portas que o PS, apoiado pelos seus satélites de esquerda, escancarou, permitindo que entrasse tudo, sem filtro nem medida!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

R.I.P., SANTO PAPA

 Que o Santo Papa repouse na paz de Deus!

Teve uma missão terrena difícil, na recuperação da imagem da Igreja. Não duvido, por momento que seja, da sua Santidade e das boas intenções com que pregou ao Mundo.
Pode não ser consentâneo com o momento de tristeza que invade os fiéis neste momento, mas, mesmo que veniais, não quero cometer os pecados da hipocrisia e da mentira, guardando, como muitos farão, para mim o que penso do legado do Papa Francisco: como acima vinquei, foi, sem dúvida, um Santo Homem, bem intencionado e incansável na reabilitação da Igreja Católica, mas nunca lhe compreendi aquela faceta de pregar os preceitos dos Evangelhos e o seu contrário, procurando agradar a TODOS, numa visão comparável aos políticos que andam por aí a tentar cativar todos, ricos, remediados e pobres, e , até, parasitas, em simultâneo, com falsas e antagónicas promessas.
E sei até que o Papa Francisco perdoaria a todos os que, depois de lerem este meu pensamento, me excomungarão....por dizer o que sinto e não aquilo que agrada a todos.
Que Jorge Mario Bergoglio, o Santo Papa, repouse em Paz na Casa de Jesus Ressuscitado!

terça-feira, 1 de abril de 2025

LE PEN

 O crime da Le Pen terá sido o de, estando á frente dum organismo da UE, ter pago com dinheiros desse organismo onde servia a assessores do seu partido e que ela alegou que também lhe prestavam apoio no cargo europeu. De nada lhe valeu! Cairam-lhe duas espadas em cima, a da Justiça, com a pena de prisão e multa avultada, e a da Política com a ilegibilidade para cargos públicos durante 5 anos! Grosso modo, seria como o Parlamento Português pagar, como dispôe o Regulamento da AR, a assessores dos Grupos Parlamentares e esses partidos pagarem a assessores que prestam serviço, em exclusivo, no partido.

😉 Esses partidos também, se poderiam defender dizendo que estes últimos também coadjuvavam, em algumas ocasiões, os Grupos Parlamentares desses partidos! 😉 😉 😎
Será que me entenderam.....ou não é conveniente? 😂😂🤣

segunda-feira, 24 de março de 2025

O BAILINHO DA MADEIRA

Não há como esconder, com alguma satisfação pela "banhada" no PS "que é Fofo", e gerido a nível nacional por um irresponsável político, sabemos que a Madeira, tal como os Açores, sâo Regiões onde a população respira portugalidade, sem perder os seus anseios autonómicos.
Confiaram no lider do partido que os governa há mais de 50 anos e, num assomo de bairrismo intrínsico, cansados de eleições, passaram um cheque em branco a Albuquerque.
Foi a expressão da vontade dos madeirenses, só há mesmo que respeitar!
O que não bate a bota com a perdigota é ouvir alguma "fauna" mediática, num festim televisivo, com mais fogo de artifício que o da tradicional passagem de ano na Ilha, vangloriar-se nos megafones que a suportam, por alegado desaire do Chega.
Qual foi o desaire? Perdeu apenas um deputado dos 4 resultantes das últimas eleições e, sendo um partido com poucos anos de existência, conseguiu por si só, MAIS DEPUTADOS QUE CDS-BE-PCP-IL-LIVRE e PAN juntos, sendo que estes últimos, com a actual roupagem ou sob outras capas, andam a destilar sarro das pipas da Miséria e a impedir o progresso do país, há cinco décadas!
Que se desiludam os que pretendem plasmar nas eleiões nacionais
os resultados eleitorias na Madeira. Mais do que actos eleitorais, o Povo está cada vez mais farto deste Centrão alternadeiro, que não ata nem desata, que faz Portugal avançar um passo, para logo recuar dois, numa modorra onde um Bloco de famílias vai cuidando mais dos seus interesses pessoais e grupais do que dos desígnios do País e dos anseios da sua População!

quinta-feira, 13 de março de 2025

POLVO ATLÂNTICO?

"Polícia realiza mais de 20 buscas na Bélgica e em Portugal por suspeitas de ‘corrupção ativa’ no Parlamento Europeu" - GLOBO


Os meus amigos acreditam nisto? Não pode ser! Ainda por cima, com ligações a Portugal, um País de Gente que se não mete nessas coisas de corrupção! Devem ser fake news, coisas dos radicais de Extrema Direita, desses que andam por aí a espalhar cartazes contra a Corrupção, que não existe, não vos parece?! São os policiais belgas que estão a fazer uma cabala! Que os eleitos para o Parlamento Europeu são todos muito sérios, à imagem dos seus partidos!

sábado, 1 de março de 2025

MILAGRES DE CARNAVAL

 


TRIGO E JÓIO

 Deplorável, aquele espectáculo na Sala Oval. Mais do que Trump, aquela agressividade provocadora de Vance parece-me ter sido mesmo com o propósito de obrigar Zelensky a defender a sua posição em tom mais agressivo (normal num "animal" ferido).

Quanto ao que importa, desengane-se que o facto de eu apoiar 100% a Ucrânia e Zelensky, enquanto país invadido e agredido, com todo o direito de se defender, como sempre, nunca tomo a parte pelo todo. E, não se iluda quem pensar que eu faço de Trump um Santo ou um Diabo. Terá um pouco de ambos. Se há, como esta postura mercantilista no caso da guerra provocada pela invasão russa da Ucrânia, visões que lhe critico e condeno, tem outra faceta , no que concerne á defesa de valores que persegue em que me revejo, Tem por exemplo, razão, quando acusa a Europa, com outras palavras, de viver há muitos anos sob o chapéu protector americano, não curando da sua própria defesa, enquanto, na sua "vie em rose" se perde em destruição dos valores ancestrais e de base desta Civilização Europeia milenar!.
O homem tem jóio, mas também tem trigo! Quanto ao mais, que venha a Paz, uma Paz justa!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

MARÇO, MARÇAGÃO...

 ... DE MANHÃ CHUVA À TARDE VERÃO!


PUM...PUFF...

 Recuando até 1987, recordo quando Portugal ainda tinha uma linha de montagem de armamento, munições para armas ligeiras e mesmo bombas e granadas de grosso calibre, no tempo em que laborava a Fundição de Oeiras, onde se fabricavam os invólucros, e fábricas de explosivos, na zona do Montijo e Seixal, onde se adicionava a carga. De tal dimensão que, no decorrer da guerra Irão-Iraque, no Porto de Setúbal, se enchiam barcos dos dois contendores, numa exportação de muito relevo.Depois, parou tudo. Portugal virou pombinha branca, fechou-se Braço de Prata, não houve fabrico de mais nada, que se acreditou num mundo de Paz, onde todas as Nações desta Terra eram anjos celestiais, ondem só o amor, o de alcova e do outro, tinham lugar.Ouvir , agora, os de cá e os dessa Europa mariposa, aflitos por nem fisgas terem para se defenderam numa eventual investida russa, mesmo não crendo que ela aconteça a breve trecho, não vou qualificar todos eles de ridículos, mas de irresponsáveis "fofinhos" que foram apenas pensando no imediato, no dia a dia e em décadas de destruição dos valores ancestrais duma Civilização milenar, enquanto, como em todas as áreas do poder, se foi (e, está) descurando o Futuro e a Segurança!



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A MULHER DE CÉSAR

 Vamos lá, então, à palavra mais badalada nos últimos dias.

IMOBILIÁRIO
Governantes, deputados, antes de iniciarem funções público/políticas já tinham vida, a menos que fossem subsidiodependentes.😀 Assim sendo, não é justo que se chame a cavalaria para uma carga contra os que, ANTES DA PROPOSTA DA LEI DOS SOLOS já tinham interesses empresariais no ramo imobilário. Cumpria-lhes, sim, não omitirem esse facto na declaração de interesses.
Já aqueles que, como o Secretário de Estado que se demitiu, eventualmente, possam ter entendido que naquele ramo, por esta ou aquela razão, teriam mina de ouro a explorar, se envolveram no imobiliário após a proposta da LEI DOS SOLOS, não têm desculpa, mesmo que não tenham visto nessa Lei dos solos a porta aberta para o seu futuro económico. O caminho é mesmo a Rua de cargos governativos ou legislativos.
Mas, desengane-se quem pensar que estou a desobrigar o PM das suas obrigações éticas e até do âmbito da legalidade. E não mesmo, porque o que ainda não está bem explicado e não me deixou cabalmente convencido da bondade e lisura do governante, prende-se com a CONSULTADORIA JURÍDICA. Porquê? Porque, para lá do telefone da empresa ser o seu telemóvel pessoal, quer porque, que saiba, é o único jurista na família, a quem terá, de forma duvidosa, à luz do Código Civil, cedido as suas quotas. Assim, urge saber quantas consultas de âmbito jurídico aquela empresa prestou desde a tomada de posse do cargo de Primeiro Ministro. De que valor, de que âmbito sectorial, e a quem foram prestados esses Serviços. É que, em abstracto, não preciso explicar os perigos dum governante, enquanto maior figura da Área Executiva e que decide normas legais, ser ao mesmo tempo consultor de partes interessadas no âmbito dessa normas legais (Decretos, Portarias, Despachos.....).
É isso que falta explicar, e que urge, ao Dr. Luis Montenegro. A bem da Transparência que tanto apregoou na sua Campanha Eleitoral e que lhe cumpre praticar!
À mulher de César.......

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

JUSTIÇA

 Sempre que abordo esta área, lembro-me dum princípio antigo que sempre me acompanhou: prefiro um culpado em liberdade do que um inocente preso!

Agora, vamos ao que me impeliu a bater teclas nesta área. Sem que me adiante muito, partilho convosco o que penso do actual momento da Justiça. É verdade que ela é morosa. Será mesmo essa pecha que a tem diminuído perante os nossos olhos. Mas, desengane-se quem pensa que a culpa é dos agentes que a servem. A culpa está nos políticos e em dois patamares. no Legislativo, pelo excesso de garantismo e no Executivo que lhe não proporciona os meios materiais e humanos para que ela se agilize. O que aliás tem sido bem patente, quer na nomeação de ministros inábeis para a função, quer na não resolução dos diferendos, que se arrastam há anos, com os oficiais de justiça, peças essenciais da máquina judicial.
Quanto ao que se vai passando, com políticos no activo e outros "emprateleirados" e, sei lá, se alguns ressabiados, a que se podem juntar vozes corruptas afinadas pelos lobis, numa fogachada contra o Ministério Público, em especial, não tenho dúvidas, trata-se dum oportunismo inqualificável de quem só se lembra de mudar tudo, quando o fogo lhes chega à própria barba.
Inaudito o que se passa, tanto que nem foi o MP que manteve detidos o trio da Madeira. Foi o Juiz de Instrução, esse mesmo que, no passado, teve um diferendo com uma procuradora que faz parte do processo e entendeu pela "folha limpa" do trio indiciado.
Quanto ao mais, esperando que me poupem a fundamentação, que a tenho, mas guardo para mim, termino dizendo-vos que, em todo o Edifício da Justiça é mesmo no Ministério Público e nos seus procuradores em que ainda deposito alguma confiança e que serão mesmo o único obstáculo a que, eventualmente, o poder político contamine e tome conta de toda aquela Casa da balança.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

FIGUEIREDO DAS DONAS

 Em 1977, nas poucas horas livres, procurei saber mais sobre o Passado de algumas terras de Lafões. Socorri-me de obras antigas de autores consagrados, disponíveis na capital, nomeadamente, no Arquivo Histórico Ultramarino, na Ajuda.
Numa série sob o título "Pequena a terra-Grande o Passado" escrevi e o Notícias de Vouzela publicou as abordagens que fui fazendo. Uma delas, talvez, a que mais me entusiasmou prendeu-se com Figueiredo das Donas e os factos e lendas no âmbito do "Tributo das Donzelas".
Encontrei o manuscrito original e é mesmo esse, datado de 24/10/1977, sem qualquer alteração, que passo a reproduzir:
PEQUENA A TERRA-GRANDE O PASSADO
FIGUEIREDO DAS DONAS

No figueiral figueiredo
a no figueiral entrei,
seis ninas encontrey...
Era propriedade dos Melos, em 1873, o Paço acastelado de Figueiredo das Donas.
Da origem remota desta povoação, uma lenda, provida dum dramantismo romântico, prevalesce ao longo dos séculos. Escamoteada ou enriquecida no seu quixotesco enredo, de 783 a esta parte, com versões plausíveis de crédito na sua essência, se atendermos aos costumes desses tempo primitivos, é com essa lenda que a histórica freguesia entra na pia baptismal.
- Em 783, Mauregato, filho de D. Affonso (O Católico) e duma escrava, usurpou o trono a seu sobrinho, recorrendo, para tal, ao auxílio das tropas do Califa de Córdova, Abd-el-Raman, mediante o vergonhoso tributo de cem donzelas lusitanas, que iam enriquecer os haréns mouriscos, tão ao gosto das gentes árabes.
 Por amargo destino, chegou o triste dia de Orélia, namorada do nobre cavaleiro lusitano, de sangue gôdo, D. Guesto Ansures, a quem a moça, desesperada, suplicou ajuda. Uma forte escolta a conduzia, e a mais cinco companheiras de infortúnio, rumo a Mérida.
 Cavaleiro arrojado, ferido no seu amor, naquilo que teria de mais querido, D. Ansures reuniu, apressadamente, trinta homens da Região de Lafões e com eles, no lugar onde, hoje, é Figueiredo das Donas, num golpe de surpresa, cai sobre os mouros, que abate sem piedade, libertando a donzela sua amada e as que a acompanhavam.
 Nessa luta desigual, contra um grupo inimigo bem mais poderoso, em número e armas, o nobre cavaleiro cristão viu partir-se a sua espada no calor da refrega e recorreu a um grosso ramo de figueira, àrvore abundante no lugar, com que continuou a combater os seus inimigos. D. Ansures, após recolher Orélia no seu castelo, com ela viria a casar!
 Teria sido o Rei D. Bermudo I quem, em 789, determinou que o local da peleja, carregada, ao tempo, com toda a sua força moral e significado libertador cristão, se passasse a denominar Figueiredo das Donas.
 Já, segundo outras versões, aquela povoação deve o seu nome a D. Ramiro I, que lhe deu tal graça, também em memória de D. Ansures, pelo seu feito, em 848. 
 D. Bermudo I só se terá visto na contongência de pagar o o tributo no primeiro anos do seu reinado, já que atacou em venceu as tropas do Califa Abd-el-Raman, promovendo a efectiva libertação dos cristãos.
  D. Ansures teria mandado pintar no seu escudo cinco folhas de figueira e uma no remate do elmo, passando a ser estas as armas da sa Linhagem - os Figueiredos, nome que ele próprio acabou por adoptar!
  Se é esta a descrição de muitos os que nos legaram os seus conhecimentos sobre a Lenda das "Donas", outras versões, não só díspares como antagónicas, surgiram, ao longo dos tempos. Razão terá Marck Bloch, ao entender que também a História se presta a vil comércio. Por essa ou outras razões, houve e haverá, que tivesse destruido, pela raíz, todas as mais insistentes concepções que estiveram na génese de Figueiredo das Donas.
 Figueiró dos Vinhos teria, segundo alguns, a honra de tal origem, a lenda ou grandeza de tal feito. Miguel Leditão de Andrade, na sua "Micellânea", defende mesmo que os factos relatados, em que D. Ansures se distinguiu, não se terá passado alie que o apelido "Donas" deve provir de algum mosteiro de donas que houvesse, em tempos remotos, naquele lugar. A Enciclopédia  Luso-Brasileira de Cultura "Verbo", refere até que "das Donas" foi apenas acrescentado a Figueiredo para que se não confundisse com outras povoações com este último nome.
 Outros, como Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, autores da obra "Portugal-Dicionário", datado de 1904, localizam a lenda em Figueiredo das Donas, só que a donzela seria Mécia e não Orélia e seria mesmo filha de D. Ramiro. Aconteceria, segundo estes, por mero acaso D. Ansures (ou Ansares) passar naquele lugar e deparar com Mécia à janela, suplicante, guardada pelos "jagunços" de Então. Depois de libertada, tê-la-ia entregue a D. Ramiro, que, exultando de alegria por a rever sem mácula, consentiu no casamento de ambos, já que outra coisa não desejariam os protagonistas de tão apaixonado drama.
  Esta versão é, também, a da Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira.
Célebres, por os considerarem os primeiros, foram os versos com que D. Guesto Ansures, que além de cavaleiro era poeta, celebrou o feito e em que Figueiredo faz rima abundante, passe a dúvida levantada quanto à autenticidade da "Canção de Figueiral".
   O povo daquela freguesia foi  fazendo a passagem do testemunho de tal feito, prodigamente narrado, mesmo que com variada matizes, ao sabor dos cambiantes filosóficos dos historiadores.
  A todo este drama, faz Almeida Garrett referência nos "Figueiredos", no 24º livro das suas obras (Escritos diversos), editado em 1877. Também, nele inspirado, José da Silva Mendes Leal criou, em 1856, uma peça dramática intitulada "TRIBUTO DAS CEM DONZELAS", um enorme êxito que se manteve imenso tempo em cena e facturou lucros de repetidas casas cheias!
  Como notas de interesse do historial de Figueiredo das Donas, que ora depende administrativamente do Concelho de Vouzela, dependeu do da vizinha S. Pedro do Sul, até 24/10/955. Compreendia, ao tempo, os lugares de Real, Monsanto, Fermil e Quinta do Ervedal.
  Em 1907, estas povoações eram já servidas por um serviço postal rural e, por curiosidade, o vigário de S. Pedro do Sul era o seu cura e auferia seis mil reis de congrua e pé de altar.
  Quanto a habitações, teria, em 1757, 17 fogos, em 1862, 89 e, em 1873, já seriam 100 os fogos, enquanto a estatística Paroquial de 1875 lhe atribuía, para lá de 440 habitantes, 103n fogos. Já mais recentemente, em 1907, eram-lhe atribuidos 127 fogos e 474 habitantes. Em 1960, seriam já 136 fogos e 551 habitantes.
  Povo laborioso e de cunho bairrista, empenhou muitos dos seus filhos, por vezes, famílias completas, desde há longos anos, nos Caminhos de Ferro, onde se distinguiram como bons funcionários, técnicos e operários de via. Não será exagerado dizer que foram e são mesmo os pioneiros ferroviários da região de Lafões.
  É justo que se orgulhem deste Passado lendário e a que que o valente cavaleiro D. Guesto de Ansures, um Teseu lusitano, deu origem e nome!