Agora que o Lobo Mau já fala de mansinho, mais parecendo a Avozinha; o malhador de serviço recolheu o cínico mangual no palheiro da eira; o TGV abrandou a marcha acelerada e o Jamais o mantém retido na estação, ainda que sem o descarrilar e a tia da Cinco de Outubro iluminou a longa noite da Educação com o brilho de Stau Monteiro. Agora que o teimoso maquinista, numa pirueta circense, parece mesmo mudar de rumo, poderemos pensar que, finalmente e felizmente há luar...No mínimo, até Outubro!...
E é em Outubro que, mais uma vez, somos chamados a dois actos cívicos, as expressões mais válidas da vontade popular consentidas nesta democracia.
Dois actos que bem podiam ser condensados num só dia.
Todos ganhariam, menos os que gostam do espectáculo e da propaganda populista e preferem as campanhas permanentes.
Ganhava o depauperado cofre do Estado, ganhavam as magras bolsas dos contribuintes e, a crer no que vamos vendo, emagrecia a abstenção, essa malvada nutrida e luzidia que tem engordado na medida do nosso desencanto com os políticos e as suas práticas.
Mais do que tudo isso, seria, por parte de quem decide e enche a boca de Povo, um atestado de maturidade dos eleitores que não serão tão estultos ao ponto de não fazerem a destrinça entre eleições Autárquicas e Legislativas.
A não ser assim, para além de mais descrença, só uma força poderá melhorar a sua prestação eleitoral: o Partido do Branco e Nulo...
O que, convenhamos, aliado à Abstenção não é sinal de vigor e saúde duma democracia que se diz consolidada.