
... não procurou saber da validade das eleições no Irão, não perdeu tempo em saber do verdadeiro exercício democrático naquele país, nem, tão pouco, se mostrou preocupado com a violência com que o poder instalado vem reprimindo os cidadãos que contestam um acto eleitoral de, no mínimo, nenhuma transparência.
A sua preocupação primeira foi vir em defesa do seu amigo iraniano, tal como ele, o super chefe dum super petroleiro, assacando as culpas de toda a repressão sanguinária nas potências mundiais, desde os Estados Unidos à Europa.
Hugo Chaves, também ele um ditadorzeco escudado numa democracia peculiar, onde campeia a mentira, a repressão, a perseguição de políticos rivais, o amordaçar da comunicação social, a par dum populismo revolucionário apoiado no medo, entende que um Estado é democrático se contemplar actos eleitorais. Ainda que estes sejam viciados, com fraudes e ausência de liberdade política e de expressão.
Se assim fosse, bem poderíamos asseverar que a Democracia foi praticada neste nosso rincão luso, mesmo no tempo da "Velha Senhora". Se nos lembrarmos, também houveram eleições!...
Os dados duma democracia estão viciados à partida, quando o poder, ainda que eleito, parte para a mordaça, para a perseguição política, para a partidarização dos dirigentes de órgãos e forças do Estado, para o controle da comunicação social, para a mentira, para a propaganda demagógica.
Tanto o Huguito, como seu compañero José, sabem disto!