Estas imagens do quotidiano piscatório na Baía de Pemba, fizeram-me recuar aos primeiros anos da década de setenta.
Vivendo, por força da profissão, a mais de 100 Km desta cidade, em região interior, raramente me chegava peixe fresco. Sempre que me deslocava, por norma uma vez por mês, à capital do distrito, rumava à Maringanha e, depois dum banho naquelas águas quentes, aguardava a chegada dos pescadores, no seu regresso a terra em barcos pequenos, acabada a faina na baía.
Na maioria das vezes, a rainha garoupa era o objecto da compra, pelo preço estipulado pelos homens do mar e raramente regateado. Exemplar de considerável tamanho, supria a necessidade alimentar de toda a família até à deslocação seguinte.
Mas, mais do que os banhos de sol e de mar naquela praia, menos frequentada que a de Wimbi, ainda que igualmente paradisíaca, e da compra providencial do pescado, o que guardo como prazer maior da Maringanha são os pitorescos quadros vivos do regresso das dezenas de barquinhos e do alvoroço da azáfama que envolvia pescadores e familiares que os aguardavam na praia.
Saudoso quadro que, a crer nas imagens do Paolo Flores, se mantinha em 2007 naquela que é das maiores e mais belas baías do Mundo.