O Colégio Militar, uma instituição com mais de dois séculos de vida, é, reconhecidamente, um estabelecimento de ensino de excelência. Os jovens que o frequentam durante oito anos recebem ali uma formação cívica, académica e física, muito acima da média, comprovada pelas inúmeras individualidades que se foram notabilizando, pela sua competência e brio, ao longo de muitos anos, na sociedade Civil e Militar.
Primando pela disciplina e espírito de corpo, sempre se soube do seu rigor e exigência, próprios duma educação com algum pendor militar, onde se privilegia a ética, a lealdade e a honra, e se cultivam os valores próprios de homens de corpo inteiro.
Desse rigor e exigência são esclarecidos, e avisados, todos os pais que decidem confiar o futuro dos seus filhos naquele estabelecimento de ensino. Os que o fazem procuram garantir aos filhos o equipamento indispensável que lhes permita a escalada do futuro, cada vez mais incerto neste mundo conturbado em que os jovens fazem a sua caminhada para a vida adulta.
Conhecidos são os exigentes regulamentos internos do C.M, que, da repreensão escrita à expulsão, mais não são do que instrumentos destinados a formar homens com carácter e responsabilidade.
A realidade nacional, dá-nos a conhecer um panorama generalizado de violência dentro e fora de muitas escolas. Não nos é difícil, se a tal nos dispusermos, assistir ao tráfico e consumo de drogas nas imediações de alguns desses estabelecimentos, de cujo interior nos chegam constantes notícias de agressões entre alunos, destes aos professores e, até, destes últimos aos seus discípulos.
Nada de similar se passa no Colégio Militar e as tão empoladas agressões de graduados (alunos mais velhos) aos mais jovens, a quem incumbe guiar, ajudar e dar conselho, não passando de casos pontuais, geridos e punidos internamente, num todo de mais de 400 alunos, não alteram, minimamente a imagem que tenho daquele estabelecimento de ensino, da responsabilidade do Exército, que acolhe, indistintamente, filhos de militares e civis.
E todo o alarido, com o diapasão próprio das televisões, não passa, na minha perspectiva, dum soez aproveitamento por parte de grupelhos que sempre hostilizaram tudo o que às Forças Armadas diga respeito. Ou porque detestam a ordem e a disciplina ou porque não colhe no seu catecismo ideológico que neste País se formem homens com valores e coluna vertebral.
Já não são de agora as movimentações raivosas contra o Colégio Militar. Remontam ao período pós 25-A, encabeçadas por gente que gira na órbita da extrema esquerda radical.
Neste contexto, não surpreende que o Bloco de Esquerda tenha anunciado há dias, pela voz de Fernando Rosas, conforme de leu na comunicação social, estar aquele partido a "organizar uma iniciativa conjunta com as famílias, uma intervenção pública...". E lá estavam, no dia seguinte, numa manifestação encabeçada pela bloquista Ana Drago, 3 mães de alunos, uma das quais, a mais mediaticamente exposta, mãe de um ex-aluno que esteve no Colégio um período lectivo (menos de três meses) e que, palavras suas, ainda hoje repetidas, de viva voz, na TVI, é um "menino da mamã").
Conhecedores desta "manifestação" a quatro, depressa compareceram, em sinal de desagravo, dezenas de pais e familiares de alunos e ex-alunos, que foram unânimes em dizer que estavam ali para proteger os seus filhos, denunciar a campanha e repetindo o quanto se orgulham e sentem satisfeitos por saberem da segurança e competência dum Colégio que sempre apostou numa sólida e integral formação dos seus alunos.
Que os excessos existiram, não ponho em dúvida. Que foram punidos internamente, também é sabido. Que as mães têm todo o direito de mover acções judiciais contra os supostos agressores dos seus filhos, ninguém poderá refutar.
O que estranho, ou talvez não, é que as excepções detectadas a uma normalidade de são convívio no seio colegial, por mais exigente e disciplinadora que seja, hajam colhido um aproveitamento tão insistentemente badalado no espectro mediático, numa provável tentativa de desgastar a imagem dum estabelecimento de ensino que devia ser exemplo neste país onde a Educação não encontra o seu caminho ideal e a quem , volto a reafirmar, confiaria todos os meus filhos.
Valorizaram-se as excepções, empolaram-se eventuais exageros, numa busca intencional de encontrar, a todo o custo, um qualquer calcanhar de Aquiles.
Que, sei, não abalarão os valores e objectivos que sempre nortearam o Colégio Militar.
Mesquinhez, invejas, preconceitos sociais?
Não sei!
Sei, isso sim, como todos os que o conhecem, que o Colégio Militar ocupa uma vasta área em zona nobre de Lisboa, paredes meias com o Estádio da Luz e Centro Comercial Colombo, junto à 2ª Circular, inferindo-se do valor daqueles terrenos e dos interesses imobiliários que lhe poderão estar associados.
Qual a mola precursora de toda esta "fogachada" ?
Provavelmente, nem o cruel "deus", recém-germinado do febril ovo mental de Saramago, nos poderá responder!