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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ETA, explosivos e assaltos


As notícias dão-nos conta de que Madrid desconhece a maioria dos membros da nova ETA e a própria polícia espanhola o seu modus operandi, detida ou desmembrada que está a velha guarda desta organização.
Não faltam entre nós comentadores e outros especialistas em Segurança, a deixarem-nos os seus palpites técnicos a propósito da actuação dos etarras e das suas hipotéticas bases de apoio por cá implantadas.
Estranho, ou talvez não, é nenhum desses "experts" terem ponderado a associação destes grupos, etarras ou não, aos assaltos violentos, com recursos a explosivos, às carrinhas transportes de valores ocorridas em Portugal.

Relembremos:

- Em 2007 e 2008, notícias relatavam movimentações de elementos da ETA junto à fronteira alentejana e algarvia, referindo mesmo a utilização de um carro português num atentado em Espanha, bem como viaturas alugadas no Algarve e a estadia dum alto quadro daquela organização em Portugal e que teria sido encontrado na posse dum mapa de Lisboa; - Em 20/8/2009, pelas 02H30, ocorreu o assalto a uma viatura de transporte de valores da Prossegur, na região alentejana de Aljustrel, em que foram utilizados explosivos; - Em 18/12/2009 novo assalto, em moldes semelhantes ao perpetrado no Sul do País, de novo com recurso a explosivos, a uma viatura de transporte de valores da Esegur, desta feita na Região de Coimbra; - Em 10 de Janeiro, a GNR deteve dois alegados etarras em Torre de Moncorvo e que estariam em fuga à polícia espanhola, junto de quem terão abandonado uma carrinha com detonadores; - Em 4 de Fevereiro, é descoberta a vivenda de Óbidos, onde presumíveis membros da ETA guardavam explosivos e matérias primas utilizadas no seu fabrico, e que terá sido abandonada à pressa pelos seus ocupantes, onde, entre outras coisas, teriam deixado um mapa da região de Coimbra.

Sabemos que, historicamente, as organizações ditas terroristas, seja qual for a causa que as move, para além dos actos conducentes à concretização dos objectivos da sua luta, levam a efeito acções de recolha de fundos para se auto sustentarem.
As zonas onde foram detectadas movimentações de membros daqueles grupos, conforme descrevi, não são distantes daquelas onde ocorreram os assaltos às carrinhas de valores. Por outro lado, que se saiba publicamente, ainda não é conhecida a autoria de tais assaltos, em que os entendidos reconheceram alto profissionalismo.
Tudo isto me leva a estranhar, e repito-me, que nenhum dos habituais "expert" de Segurança, tão lestos nas suas análises televisivas, tenha colocado a hipótese da ligação daqueles grupos do Sul e de Óbidos (etarras ou não...) aos referidos assaltos.
Digo eu....que não tenho serôdias pretensões a Sherlock Holmes...