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quinta-feira, 11 de julho de 2013

O "CIANETO" DE CAVACO

   Bem eu pretenderia não escrever este "desabafo", mas...........
 Até arrepiou! Não que o PR não estivesse, aparentemente, calmo e conciso na comunicação. Enunciou bem, argumentou melhor, mas, decidiu desastradamente.
  Premeie-se a oratória com que justificou não pretender dissolver a Assembleia e marcar eleições, com vista a outro governo. De facto, do que comungará a maioria esclarecida dos portugueses, o preço a pagar pelo interregno e indefinição política, de meses, seria uma aventura perigosa para um País que vive a conta-gotas, dia a dia, para não estiolar de vez.
  Nem mal teria andado ao exigir um entendimento, vertido em Acordo, entre as três forças políticas que assinaram o entendimento com os nossos credores. Uma exigência que, no actual panorama de disputa partidária, lhe deve ter assomado à mente mais como desejo e sonho de Verão, caloroso, mas inexequível, do que como proposta séria, a levar avante por aquele trio que se encara com desconfiança e alguma, muita, perfídia. Apodar este seu propósito de "salvação nacional", numa tentativa de sobrelevar o interesse nacional à ambição e estratégia de cada um daqueles três partidos do arco da governação, num quadro em todo semelhante ao da conturbada Iª República, é que não lembrava ao careca, nem devia lembrar a Cavaco! Que se fique pela intenção que, se por mais não fosse, aos socialistas marca-os o fascínio e apenas jogam pelo poder, pelo usufruto do mando, sós, sem companhias de estorvo. Feridos por não receberem do PR o único sinal que esperavam, que seriam o de derrube puro e simples do actual Governo e consequente acto eleitoral, não lhe perdoarão e, no auge da birra, não embarcarão na sua proposta de acordo a três.
  Mas, não foi esta a maior estopada de Cavaco. O primeiro Magistrado da Nação, o homem que, no desempenho institucional, de mais conselheiros se cerca, com uma informação massiva e alguma experiência política, conferida pelos anos de S. Bento,  mormente de governação, vir a público, para Portugal e para o Mundo, anunciar que o actual Governo está a prazo e tem um ciclo de vida que lhe não permitirá acabar a actual Legislatura, relegando-o, na prática, para uma equipa de governação provisória, já, por si, fragilizada por medidas impopulares e, de forma fatídica, pelos últimos acontecimentos resultantes da leviandade de Paulo Portas, é dar uma estocada mortal na governação.  Que crédito terão Ministros a prazo, com guia de marcha já datada, junto dos portugueses, mas, sobretudo, junto das instituições junto de quem nos sentimos obrigados a Prestar contas e pedir ajuda? Que sinal é passado para as Agências de Rating e para os Mercados que, quer queiramos quer não, são quem tem nas mãos a gravata que nos aperta o pescoço?
  Sobrepesando tudo isto, uma dúvida atroz, me fica no espírito: concordando com os malefícios que poderiam advir da queda do actual Governo e compreendendo o receio que lhe assiste e que explanou bem na sua comunicação ao País, com a condenação dos actuais governantes a funcionários de trabalho temporário, com despedimento antecipado, decretando-lhes o velório, ninguém me convencerá do contrário, mesmo rogando a todos os deuses que esteja errado nas minhas previsões:

   Senhor Presidente, foi pior a emenda que o..... "cianeto"!