
Não nutro animosidade de espécie alguma para com o povo espanhol.
Neste Vouguinha tenho-me insurgido, sim, e com alguma insistência, contra a ingerência política de Espanha, a par duma submissão económica a que nos vamos prestando, o que nos vai conduzindo a uma subalternização gradual e preocupante.
Como tenho exposto, os nossos compromissos, direitos e deveres, enquadram-se no todo da União, sem que tal comporte uma submissão aos interesses político- económicos dos nossos vizinhos de Espanha, como se, no âmbito da União Europeia, fossemos um seu apêndice.
Mas é, sobretudo, a ingerência política que me inquieta e irrita.
Foram aqueles comícios ibéricos para as Europeias, em que os dois chefes de governo, venderam as suas ideias num só pacote, por lá e por cá; foi, mais recentemente, a vergonhosa ingerência da Prisa na linha editorial da TVI; foi, disse-o, agora, Manuela Ferreira Leite, poderia tê-lo dito Jerónimo de Sousa, Louçã, Portas, Garcia Pereira ou qualquer outro responsável partidário do nosso espectro político, a pressão dum grupo de espanhóis e autarcas socialistas no caso do TGV.
Todas estas manobras, e aquelas sobre as quais não podemos reflectir por lhes não conhecermos os reais contornos, sobretudo na área económica, são suficientes para que estejamos atentos e vigilantes.
Não pretendemos regressar ao "orgulhosamente sós", mas não estaremos dispostos a viver sob os golpes do chicote político e económico de qualquer verdugo, ainda que seja nosso vizinho e tenha a bênção de novos Miguéis de Vasconcelos!