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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Turismo e segurança

Mais do que estatísticas consoladoras, deve um Estado, responsável e atento, ponderar as evidências e valorizar a realidade.
A segurança dos cidadãos é um factor decisivo para que estes possam usufruir da Liberdade, uma das bandeiras da democracia.
E se é trunfo fundamental no baralho interno, mais o será quando a criminalidade galopante faz periclitar toda a nossa cartada turística, uma das nossas mais valias económicas.
Com uma indústria exportadora a braços com crises cíclicas e de fraca expansão, uma agricultura, de há muito, moribunda e a que Jaime Silva terá dado extrema-unção, é o turismo que nos resta preservar a todo o custo, para que o país não continue a empobrecer....alegremente.
Para esse desiderato, para além do sol, das paisagens , do mar e praias convidativas, que temos para oferecer em abundância a quem nos visita, urge certificar um diploma de tranquilidade e segurança para quem procura refúgios de lazer e de paz.
Não incumbe, em exclusivo, aos operadores do ramo oferecerem um produto turístico de qualidade. Ao Estado cabe uma quota parte fundamental, sobretudo na erradicação da violência e das práticas criminosas que o desvalorizem.
De todo, dispensáveis seriam cartões de visita como os que ora nos chegam de Inglaterra, um país que nos visita com cerca de 2,2 milhões de turistas por ano e que alertam os seus concidadãos para:
"vários cidadãos britânicos foram vítimas de ofensas sexuais sérias no Algarve neste Verão: esteja alerta para o uso de drogas sexuais...";
"Os carteiristas, os roubos por esticão e os furtos de viaturas são cada vez mais comuns nas zonas turísticas".
Gostando-se ou não da peculiar sobranceria dos ingleses, há que reflectir nas palavras do Presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, que considera as reclamações vindas de terras de Sua Majestade um sério aviso:
"É mau para o Algarve e para o País e mostra que as autoridades têm andado a brincar com o fogo";
"Continuam a manipular os números dos reforços de Verão e a ignorar o aumento da criminalidade, principalmente o aumento da criminalidade violenta.";
"Ainda estamos no início mas é um aviso sério e o mercado britânico é o nosso maior mercado".
Os avisos estão feitos. Falta levá-los em boa conta por quem tem por mister inverter esta perigosa realidade que mais do que panaceias circunstanciais ou aumento de agentes, deve passar por uma séria e urgente reavaliação das nossas falaciosas leis penais em vigor que são, por si só e em primeiro plano, o nosso grave problema de segurança!